Hospital Municipal Ronaldo Gazolla desmobiliza leitos de Covid,nesta quinta feira (30). Na foto, Secretário Municipal de Saúde Daniel Soranz.Marcos Porto/Agencia O Dia

O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, esclareceu que a decisão final sobre a confirmação de Carnaval no próximo ano vai depender das taxas de transmissão no final deste ano. A declaração do responsável pela pasta foi durante uma audiência pública na Comissão Especial do Carnaval da Câmara de Vereadores Municipal do Rio. 
Mesmo com a redução do número de internações e avanço da vacinação na cidade do Rio, Soranz afirmou que a realização do Carnaval 2022 dependerá da estimativa de que, até o final de novembro, todas as principais restrições impostas por conta da pandemia de covid-19 deixem de valer na cidade.
"Acreditamos que, até o final do mês de novembro, possamos derrubar praticamente todas as principais restrições na cidade do Rio de Janeiro. Mas, se tivermos uma taxa de transmissão alta, por si só, já não dá para fazer carnaval", explicou o secretário.
Soranz, garantiu que, apesar de orientar os órgãos públicos municipais para a realização tanto do réveillon deste ano, assim como do Carnaval 2022, a pasta acompanha os números de perto e que os eventos só irão ocorrer se a taxa de transmissão estiver em baixa.
"A recomendação da Secretaria de Saúde a todos os órgãos da prefeitura é que se programem, sim, para fazer réveillon espetacular, o maior carnaval da nossa história no ano que vem, mas é claro que a gente vai acompanhar os números muito de perto. É claro que a gente precisa ter uma taxa de transmissão baixa, uma capacidade de atender pessoas, caso tenha aumento do número de casos", afirmou.
O secretário acrescentou ainda que a expectativa é ter mais de 90% da população adulta carioca com o esquema vacinal completo em novembro. "A expectativa é ter mais de 90% da população adulta carioca vacinada com a segunda dose até meados do mês de novembro. A gente acredita que até dezembro vamos ter um panorama epidemiológico muito diferente, se não tiver uma nova variante (...) Mas é uma doença nova, tem outras variáveis que podem interferir no processo, e é preciso cautela", completou Soranz.
Soranz afirmou ainda que a presidente da RioTur, Daniela Maia, já havia enviado um ofício, solicitando que o Comitê Científico se manifeste e dê um parecer sobre a realização ou não do Carnaval.
Também presente na audiência, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Jorge Perlingeiro, foi taxativo ao dizer see não puder realizar o Carnaval com 100% da capacidade, a Liga irá realizar o desfile em outra data.
“Caso não possamos realizar o carnaval em sua plenitude no mês de fevereiro, o espetáculo será prorrogado para julho. Não podemos reduzir o seu tamanho, nem em público, porque assim não teremos dinheiro para bancar o evento, e nem de participação dos componentes”, disse Perlingeiro.
Preocupados com o pouco tempo que falta para garantir os preparativos e documentos necessários à participação no Carnaval, representantes dos blocos de rua querem uma data limite para que os órgãos públicos decidam sobre a realização da festa.
“A ciência e a vida estão acima de qualquer decisão. Não faremos carnaval se os órgãos públicos não derem, em tempo hábil, o sinal verde de que há condições de realizar o carnaval de rua em 2022”, afirma Rita Fernandes, presidente da liga de blocos da Sebastiana.
O presidente da Comissão, vereador Tarcísio Motta (PSOL), afirmou que as recomendações serão encaminhadas para análise do Comitê Científico, que auxilia a Prefeitura do Rio a tomar decisões referentes à Covid-19 no município. "Cobraremos para que a Prefeitura possa tornar pública quais são essas condições, critérios e protocolos para confirmar a realização do Carnaval e garantir a segurança da cidade antes, durante e depois do carnaval de 2022", disse Tarcísio.