Paulo César, Fabrício e Jorge são moradores de Itaguaí Divulgação

Rio - Filho de Paulo César Soares Santos, um dos comerciantes de gás de Itaguaí desaparecidos, Jonathan Santos falou sobre a angústia da família com a falta de notícias sobre o pai. O homem e outros dois colegas de trabalho, Jorge Teixeira de Abreu Filho e Fabrício Oliveira, transportavam botijões de gás que abasteceriam a cidade na Região Metropolitana quando sumiram em Santa Cruz, na Zona Oeste.
"Muito difícil, o dia vai passando a esperança vai ficando um pouco abalada. Apesar dessa incerteza, esperamos que vai dar tudo certo", disse o jovem.
De acordo com o jovem, desde que o desaparecimento foi confirmado, sua mãe, esposa de Paulo, tem vivido à base de remédios. "Só tem conseguido ficar tranquila desse jeito", explica. Jonathan revelou ainda que seu pai nunca havia tido problemas nas viagens em busca dos botijões. "Nunca falou nada", explica. 
A Polícia Civil investiga o desaparecimento dos comerciantes. Segundo relatos de familiares, os três já haviam buscado o material para abastecer o comércio e estavam retornando para Itaguaí, quando pararam de dar notícias, por volta das 11h. Uma imagem de câmera de segurança chegou a flagrar o caminhão deles sendo rebocado. Desde aquela manhã, os parentes não tiveram mais notícias sobre Paulo, Jorge e Fabrício.
Área dominada pela milícia
O bairro de Santa Cruz é dominado por grupos de milicianos que costumam explorar a venda de gás, além de extorquir comerciantes. Paulo César é sargento da reserva e trabalhava com Jorge, que também é conhecido como Fabrício do Gás, no comércio de botijões.
Os parentes registraram o caso inicialmente na 50ª DP (Itaguaí), mas o caso foi encaminhado para o Setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Na próxima quarta-feira, a polícia irá decidir se o desaparecimento será investigado pela especializada ou encaminhado para a 36ª DP (Santa Cruz). De forma conjunta, as delegacias estão colaborando com as diligências.