Cantarino foi secretário de Saúde de Niterói entre os anos 1989 a 1999Divulgação/Prefeitura de Niterói

Rio - O médico e ex-secretário de Estado de Saúde, Gilson Cantarino O’Dwyer, morreu no final desta quinta-feira (21), aos 71 anos, no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi revelada pela família do médico. O velório de Cantarino acontece nesta sexta-feira (22), a partir das 15h, no Cemitério do Maruí, no Barreto, em Niterói, na Região Metropolitana. O sepultamento ocorre às 17h. O ex-secretário deixa esposa, filhos e netos.

Nas redes sociais, os filhos do médico, Fernanda e Gabriel Cantarino, publicaram um texto de despedida e homenagem ao pai, a quem chamaram de herói e exemplo de honra, dignidade e amor ao próximo. "Após 60 dias de muita luta, no final do dia de ontem, meu pai nos deixou para o seu merecido descanso na casa de Deus. (...) Um homem que dedicou sua vida ao bem comum e à família. Um pai, irmão, filho, marido e avô gigantescamente amado. Será imortal em nossas lembranças e em nossos corações", escreveram.


Gilson Cantarino O’Dwyer nasceu em Niterói e se formou em medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1975. Médico concursado do Ministério da Saúde e da Fundação Municipal de Saúde de Niterói, assumiu em 1984 a Secretaria Executiva do Projeto Niterói, pioneiro nas Ações Integradas de Saúde e responsável pela formulação de um novo modelo de assistência à saúde da população.

Cantarino foi secretário de Saúde de Niterói entre os anos 1989 a 1999, onde foi pioneiro na implantação no Brasil do Modelo Médico de Família. Em 1999 assumiu o cargo de secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, na gestão da então governadora Rosinha Garotinho, onde permaneceu até 2002. O médico ainda presidiu os Conselhos Estadual e Municipal de Secretários Municipais de Saúde, recebeu diversas comendas, destacando-se a do Mérito Médico da República Federativa do Brasil, a mais alta condecoração da saúde no País.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, decretou luto oficial de três dias na cidade, a partir desta sexta-feira. Grael também anunciou que o primeiro hospital do Rio de Janeiro exclusivo para atendimento à covid-19, o Hospital Municipal Oceânico, será nomeado Hospital Dr. Gilson Cantarino, em homenagem ao médico.

"Sempre tive e terei muito respeito ao Dr. Gilson, pela sua história de contribuições para as políticas públicas de saúde e por todo legado que construiu ao longo da carreira. Além de acompanhar com admiração a sua trajetória, tive a sorte de trabalhar diretamente com o Gilson quando fui presidente da FEEMA e ele secretário estadual de Saúde. Fizemos boas coisas em vários temas, em particular, na agenda do enfrentamento aos agrotóxicos, quando presidimos juntos o Conselho Estadual de Agrotóxicos. Desejo que descanse em paz. Toda a nossa solidariedade e condolências à família", lamentou o prefeito.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) disse que "lamenta o falecimento do ex-secretário" e que "presta condolências à família, desejando-lhes conforto e coragem neste difícil momento." O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) publicou uma nota de pesar pela morte de Cantarino. O médico presidiu o Conass entre 2003 e 2005, e era integrante da assessoria técnica e membro permanente do Conselho Consultivo.

"O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) manifesta seu imenso pesar pelo falecimento de Gilson Cantarino O´Dwyer (...) Grande sanitarista, o Dr. Gilson deixa um legado de luta e defesa da saúde pública e compromisso com o Sistema Único de Saúde por meio de seu trabalho na gestão do SUS, nos âmbitos municipal e estadual. No Conass, fica a alegria de todos que conviveram e trabalharam com o Dr. Gilson, uma pessoa querida, gentil e amável que deixa boas lembranças e muita saudade", diz a nota.