Secretário Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, e de Educação, Alexandre Valle, divulgaram detalhes da volta às aulas no modo 100% presencial na rede estadual de ensino, nesta segunda-feira (25)Marcos Porto/Agencia O Dia

Rio - Podcasts, aulões online e conteúdos na TV aberta são parte do plano da Secretaria Estadual de Educação para recuperar o aprendizado dos alunos do Ensino Médio que farão o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), previsto para os dias 21 e 28 de novembro, para quem se inscreveu regularmente, e para os dias 9 e 16 de janeiro de 2022, para estudantes de baixa renda que tiveram isenção de taxa na última edição e não compareceram. 
Com as aulas 100% presenciais a partir desta segunda-feira (25), a Secretaria Estadual de Educação terá reforço nos horários de contraturno dos estudantes - quem estuda pela manhã poderá acompanhar conteúdos online à tarde, e vice-versa. Os esforços visam recuperar o processo de aprendizagem do Ensino Médio, que sofreu ao longo dos dois últimos anos letivos. Em 2020, início da pandemia, as aulas ficaram suspensas durante meses, e houve aprovação automática. O secretário estadual de Educação, Alexandre Valle, afirmou que a pasta investe em "recuperação e reforço" para equilibrar o ensino.
"O importante é ter um exame detalhamento e diagnóstico de como está a nossa rede. Por isso é importante o retorno, para que a gente possa investir em recuperação e reforço, para que nossos alunos tenham o maior aproveitamento possível. Essa é a nota meta. Mês que vem, em janeiro, teremos prova do Enem. Vamos apresentar programas de reforço para o Enem, aulões, simulados, podcasts", afirmou o secretário. 
A intenção da Seeduc é ocupar partes da programação de emissoras de rádio do governo do estado, e de uma emissora de televisão aberta. "Acabamos de fechar o detalhamento jurídico com uma rede de TV aberta, vamos apresentar reforços, simulados, aulões online, na TV e em todos os canais oficiais", disse Valle, sem detalhar em qual canal serão as aulas. 
Filipe Medeiros, de 17 anos, é estudante do 2º ano do Ensino Médio de um colégio estadual da Zona Norte do Rio, e já tem a estratégia para recuperar o ritmo de aprendizado: pretende fazer o Enem apenas para avaliar seu desempenho, após um ano de dificuldades no aprendizado. "Quero recuperar tudo o que eu perdi, para chegar ano que vem com condições de fazer o Enem de igual para igual. Essas aulas de reforço podem ajudar. Vou me avaliar através do próprio Enem. Nas disciplinas que eu tiver nota baixa, dou uma atenção maior no 3º ano", detalhou.
Assistentes sociais atuarão na busca por estudantes
A Secretaria Estadual de Educação contará com cerca de 9 mil agentes comunitários e assistentes sociais para visitar as residências de alunos que não frequentaram regularmente as aulas. Os detalhes do projeto ainda estão em debate. A intenção é recuperar os alunos antes do fim do ano letivo, daqui a 60 dias. 
A busca ativa já é realizada pelas escolas, segundo a secretaria de Educação, através de mensagens nas redes sociais e conversas com os responsáveis. O objetivo, agora, é ampliar a rede com a ajuda da Assistência Social e de associações de moradores das comunidades. Segundo dados da própria Seeduc, cerca de 80 mil estudantes não frequentaram as aulas regularmente durante o ano - nem presencialmente, nem com atividades online. O grupo representa cerca de 11% dos pouco mais de 720 mil estudantes da rede.
"Desde março desse ano o sistema está híbrido, presencial e remoto. Mas nossas diretoras a todo momento trabalharam em busca ativa para que os alunos retornassem às salas. A partir dos próximos dias o governo iniciará um grande programa de busca ativa, com nove mil mulheres e assistentes sociais. Não mediremos esforços para que os alunos retornem. Faltam aproximadamente 60 dias para o término das aulas, mas serão 60 dias muito importantes", afirmou o secretário estadual de Educação, Alexandre Valle.
Aulas podem voltar ao modo remoto em caso de agravamento no mapa de risco
Na rede estadual, a volta às aulas totalmente presenciais não modifica as medidas sanitárias que já eram adotadas desde março, quando parte dos alunos começou a frequentar as salas em sistema de revezamento. O uso de máscaras segue obrigatório, e o protocolo em caso suspeito de covid-19 segue o mesmo: primeiro, isola-se o aluno, ou o professor, e investiga-se com quem ele teve contato. Não estão previstas, por exemplo, a suspensão de turmas inteiras e o fechamento de escolas em casos isolados da doença.
"Não se fecha a escola. Identifica-se o aluno, isola-se o aluno. A secretária monitora indivíduos próximos ao aluno. O protocolo não prevê fechamento das escolas", explicou o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe.