Prédio desaba em Nilópolis, na baixada fluminense, deixando um morto e três feridos Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Defesa Civil apura causa do desabamento em Nilópolis
Acidente deixou um morto e três feridos na manhã deste domingo
Rio - A Prefeitura de Nilópolis informou, nesta segunda-feira, que a Defesa Civil ainda apura as circunstância do desabamento de um prédio de quatro andares na Rua Coronel José Muniz, no bairro Olinda, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, na madrugada do último domingo (24). Gustavo Loureiro Amorim, de 26 anos, foi a única vítima fatal do acidente que deixou mais três pessoas feridas, entre elas sua irmã, Giovana Loureiro Amorim, de 19 anos. Segundo a direção do Hospital Geral de Nova Iguaçu, Nirceia Souza, 62 anos, que morava no terceiro andar do edifício, foi a última paciente a receber alta. O marido dela, Jorge Brandão, 54 anos, sofreu ferimentos apenas no nariz, mas saiu do hospital antes da alta médica.
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Luiz Antonio Cosenza, não foi encontrada nenhuma anotação de responsabilidade técnica de um profissional engenheiro nos arquivos do conselho. "Isso não quer que não tenha um profissional no local. Contudo, se tem um profissional engenheiro que fez essa obra, ele não fez a anotação de responsabilidade técnica, descumprindo uma legislação federal. Nós vamos continuar acompanhando esse acidente para saber quem executou a obra", disse ele.
Procurada pelo DIA, a Prefeitura de Nilópolis informou que foi oficialmente comunicada em processo com o nome de Djanira Rocha em 2002. "Não houve informação de qualquer obra irregular que tenha sido realizada no local em 2019 e a prefeitura não foi notificada de qualquer obra recente de reestruturação do apartamento do segundo andar. A responsabilidade pela execução da obra é do arquiteto ou do engenheiro responsável pela construção da edificação que deu entrada no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea)".
O corpo de Gustavo Loureiro Amorim será sepultado no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio, às 13h desta terça-feira (26). A informação foi confirmada por parentes do rapaz.
Vizinha diz que viu coluna estufada
Vizinha do prédio de três andares que desabou neste domingo (24) em Nilópolis, na Baixada Fluminense, Janaína Santana, 49 anos, disse que viu uma coluna do imóvel estufada, mas não conseguiu avisar aos moradores do edifício. "Foi um barulho muito grande. Acordamos logo e na hora eu já sabia que era o prédio, porque já tinha visto uma coluna estufada. Eu e meu marido íamos avisar a dona do prédio, mas não deu tempo. Isso tem uns três dias", disse Janaína, que perdeu seu carro no acidente. Segundo ela, vizinhos usavam a garagem do prédio para guardar veículos.
Segundo testemunhas, um morador da Rua Coronel José Muniz que também alugava uma vaga na garagem do prédio retirou o carro dele durante a noite deste sábado, por precaução. José do Espírito Santo Filho, 59, professor, mora na rua há 27 anos, e ontem retirou seu veículo e duas bicicletas que ele guardava no estacionamento do edifício.
"Eu vi umas rachaduras em uma das colunas. Estava sem o reboco e com ferro aparecendo. Isso me chamou atenção e uma moradora que guardava o carro aqui disse que tinha avisado à proprietária e que ela enviaria um engenheiro para verificar. Mesmo assim, eu resolvi tirar meu carro e duas bicicletas de lá. Algo me falava para tirar, que não era seguro".
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