Veículo foi apreendido no bairro Cabuçu, na Baixada FluminenseReginaldo Pimenta / Agência O DIA

Rio - Policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) apreenderam, nesta quarta-feira, um carro blindado que seria usado pela escolta pessoal armada do miliciano Danilo Dias Lima, o Tandera, no bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. No veículo, foram encontrados carregadores de fuzil, munições de calibre 762 e fardamento camuflado.
Segundo a Polícia Civil, os agentes chegaram até o automóvel após cruzamento de dados de inteligência junto à Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE). A polícia investiga a utilização do veículo em ações criminosas da quadrilha naquela cidade, especialmente nas regiões de Cabuçu, Centro e Dom Bosco.
Atualmente, o bando liderado pelo miliciano está em guerra com o grupo de Antônio Silva Braga, o Zinho, irmão de Wellington da Silva Braga, o Ecko, que morreu após confronto com policiais civis em junho deste ano.
Guerra entre milicianos leva pânico a moradores da Baixada
Desde a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, esperava-se que o miliciano Tandera assumisse o poder na Zona Oeste do Rio. No entanto, quem assumiu o poder foi o irmão de Ecko, o Zinho. Com isso, o território passou a ficar dividido assim: o Bonde do Ecko continuou atuando em bairros da Zona Oeste, arrecadando cerca de R$ 10 milhões em extorsões e práticas de cobranças ilegais; Já Tandera ficou com a Região Metropolitana, bairros de Nova Iguaçu, Seropédica e Itaguaí.
Tandera inicia série de ataques na Zona Oeste
Em setembro investigações da Polícia Civil apontaram que Tandera estaria tentando extorquir motoristas de vans que circulam por Campo Grande, Santa Cruz e Sepetiba, obrigando-os a pagar para ele a taxa ilegal para conseguir trabalhar. De acordo com a pasta, além dessa exploração representar uma expansão territorial, ela também renderia um lucro exorbitante, já que cada dono de van era obrigado a pagar de R$ 500 a R$ 700 por semana para o grupo de Zinho.
Na ocasião, pelo menos sete vans que faziam transporte alternativo de passageiros foram incendiadas em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, bairros da Zona Oeste. A Polícia Militar confirmou duas mortes decorrentes do confronto.
Além dos ataques às vans, a Zona Oeste registrou uma sequência de homicídios, todos suspeitos de envolvimento com a milícia.