Grupo faz evento no Santuário de Zé Pelintra, na Lapa; local foi alvo de intolerância em setembro
Cerimônia neste sábado (13) terá roda de samba e apresentação de passistas. Santuário dedicado à entidade da umbanda foi alvo de pichações e ameças de destruição em dois episódios
Santuário de Zé Pelintra, nos Arcos da Lapa - REPRODUÇÃO INTERNET
Santuário de Zé Pelintra, nos Arcos da LapaREPRODUÇÃO INTERNET
Rio - Malandros, sambistas e umbandistas estarão reunidos, neste sábado (13), para proteger quem os protege: um evento nos Arcos da Lapa servirá de 'abraço' ao Santuário de Zé Pelintra, localizado entre a ladeira de Santa Teresa e a Rua Joaquim Silva, no canto dos Arcos da Lapa. O espaço dedicado a uma das mais famosas entidades da umbanda já foi alvo de pelo menos duas ações de intolerância religiosa desde o ano passado, com pichações e ameaças de destruição.
O evento contará com uma roda de samba comandada pelo grupo Mojubá, com presença da cantora Débora Cruz, sobrinha do Arlindo Cruz. Ogãs, responsáveis pelo toque do atabaque nos rituais de umbanda e candomblé, farão apresentação em homenagem à entidade. Até padre Antero, sacerdote de uma paróquia em Araruama, na Região dos Lagos, estará na celebração. "Malandro é aquele que abraça a todos", brinca Jefferson Duarte, um dos organizadores do evento.
"A gente quer, na prática, o desvínculo do malandro com o marginal. O Santuário do Seu Zé Pelintra foi reformado, limpamos, fizemos obras. E pretendemos mais, como por exemplo institucionalizar no estado do Rio um Dia dos Malandros", afirma Jeff. O encontro recolherá quilos de alimentos para a instituição Crianças de Luz. "Pretendemos manter esse santuário como um um ícone da cultura do Rio, cultura negra, ameríndia. Por isso todos são bem-vindos".
Espaço é alvo constante de ameaças e pichações
O canto dos Arcos da Lapa é um espaço onde devotos da entidade tradicionalmente colocam presentes e oferendas. Revitalizado no ano passado, o Santuário de Zé Pelintra já foi alvo pelo menos duas vezes de intolerância religiosa. Em julho de 2020, foi pichado com ameaças de "vou marretar" e "vai cair'. Em setembro deste ano, o altar foi pintado de preto, e ainda houve uma tentativa de incêndio.
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