Agentes fizeram um isolamento no local onde estavam corposMarcos Porto/Agencia O Dia

Rio - A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) ainda aguarda a relação dos nomes dos policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) que participaram da operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, que resultou na morte de nove homens, oito deles encontrados em uma área de manhã, no domingo (21) - um outro foi resgatado, mas não resistiu. A Polícia Civil também solicitou apreensão das armas para exames periciais. Elas ainda não foram entregues.
A DH de Niterói, que investiga o caso, enviou ofício à Polícia Militar solicitando as informações ainda na segunda-feira (22), mas não houve, até o momento, manifestação da corporação para o envio dos nomes, segundo a especializada. A Civil aguarda também os resultados dos laudos de necropsia. Até a noite de terça-feira (23), cinco dos oito corpos encontrados no mangue já haviam sido liberados pelo IML de São Gonçalo e enterrados no Cemitério São Miguel, no mesmo município. Outros três ainda permaneciam no instituto.
Segundo a Polícia Civil, a delegacia já ouve depoimentos de moradores e familiares, e novas testemunhas serão ouvidas ao longo da semana. Na terça, pela manhã, o titular da DH de Niterói, delegado Bruno Cleuder, esteve pessoalmente ao IML de Tribobó para tentar acelerar o processo documental dos laudos periciais.
Pichações e inquérito da PM
Ainda no dia da retirada dos corpos, na segunda-feira (22), moradores denunciaram que alguns policiais que participaram da ação teriam pichado paredes com inscrições provocativas como 'obrigado pela recepção' e 'bonde do caça siri', uma suposta referência à região de mangue do bairro da Palmeira, onde ocorreu o confronto e onde foram encontrados os corpos.
Questionada sobre os relatos, a Polícia Militar afirmou que abriu um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias, e que "colabora inteiramente com as investigações da Polícia Civil".