Jorge Perlingeiro, atual presidente da LiesaHenrique Matos/Divulgação Liesa

Rio - O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Perlingeiro, disse não achar necessário exigir o certificado de vacinação para a entrada do público no Sambódromo em 2022. Segundo ele, com o adiantamento do calendário vacinal e 80% da população carioca imunizada até o fim do mês, a apresentação do documento pode ser dispensada.

No início de outubro, Perlingeiro disse que a Sapucaí teria a capacidade normal de público e de desfilantes ou, caso a pandemia se agravasse, os desfiles seriam transferidos para o mês de julho. No site da Liga, consta que os protocolos sanitários determinados pela prefeitura devem ser respeitados por todos os participantes do evento, mas ainda não há informações sobre quais medidas preventivas serão adotadas. Segundo a Secretaria de Saúde do Rio, "mais informações sobre o assunto serão divulgadas oportunamente".

Ao DIA, Perlingeiro disse que a hipótese do passaporte vacinal ainda não foi descartada, porque depende do parecer de órgãos de vigilância — não da Liesa. "Poderá, ou não, acontecer. Mais para frente é que vamos saber", afirma.

Há pouco mais de 90 dias do Carnaval, que acontece entre 25 de fevereiro e 5 de março de 2022, 76,8% da população com mais de 12 anos já está completamente imunizada na cidade. Em audiência pública na Câmara dos Vereadores, o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, disse aguardar a posição do Ministério da Saúde sobre exigir o passaporte vacinal apenas para estrangeiros que venham visitar a cidade.

Marcelo Gomes, coordenador do Boletim InfoGripe e pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz, considera um erro não exigir o comprovante de vacinação, mesmo que 80% da população já esteja imunizada. "A exigência do comprovante vacinal é uma medida de segurança adicional para quem vai frequentar esse espaço. É uma garantia para quem está ali", afirma. "O Carnaval é um evento com muita aglomeração, muita gente junta, muito abraço, muito toque".
"Mesmo que a gente, até lá, já esteja com uma cobertura vacinal mais avançada no Rio de Janeiro, o passaporte vacinal é importante. Temos que lembrar que é um evento que não envolve só os residentes da capital, nem só a população do estado do Rio. Há um turismo nacional e internacional muito forte para a Sapucaí, em particular. É uma população participante deste evento, cuja cobertura vacinal não conhecemos", disse o pesquisador.