O engenheiro químico Frank Souza Hoffmann, funcionário da Casa da Moeda do Brasil, é acusado de estupro de vulnerável Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - Presentes caros, passeios, viagens e ajudas financeiras aos pais. Foi usando de sua condição financeira que o engenheiro Frank Souza Hoffman, de 63 anos, se aproximou de uma família humilde para abusar sexualmente de um menino de 14 anos. Funcionário da Casa da Moeda do Brasil, ele foi preso, na manhã desta quarta-feira, por policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), em São Francisco, Niterói.
A proximidade com a família e a intenção criminosa disfarçada de carinho rendeu ao engenheiro o título de padrinho de consideração do menino. Segundo o relatório da especializada, no qual O DIA teve acesso, o crime foi cometido de forma contínua, entre o início de 2020 e agosto deste ano.
Os abusos começaram após Hoffman convidar o adolescente, que na época estava com 13 anos, para ir ao cinema. Após o momento de lazer, ele levou o afilhado para um apartamento, num bairro de Niterói. A vítima narrou que foi agarrada pelo homem dentro de um dos quartos do imóvel.
De acordo com os investigadores, a partir deste primeiro abuso, todas as vezes que Hoffman levava o adolescente para este apartamento ele o tocava nas partes íntimas, mesmo o menor tentando resistir. O menino ainda revelou aos policiais que depois de um tempo, o engenheiro passou a obrigá-lo a também tocar no órgão sexual dele, mesmo a vítima afirmando que não queria tocá-lo.
Para impedir que a vítima o denunciasse, Hoffman ameaçava destruir suas redes sociais e descredibilizava o adolescente, afirmando que seus pais não acreditariam na palavra dele.
Abusos eram cometidos durante viagens
A polícia apurou que, para conquistar a confiança dos pais, Hoffman se mostrava um homem generoso. Para que os responsáveis não desconfiassem dos abusado, ele convidava o afilhado para viajar junto com seus três irmãos. Os destinos foram: Friburgo, na Região Serrana do Rio; São Paulo; Fortaleza; Beto Carrero; Campos do Jordão e Gramado.
Um dos irmãos da vítima, também menor, chegou a contar aos agentes que em duas vezes que viajou com Hoffman, eles dividiram o quarto com o homem. O menino afirma que ouviu o engenheiro chamar
seu irmão para dormir na mesma cama que a dele, e que os dois fizeram barulhos estranhos durante a noite e ficaram por debaixo das cobertas.
O acusado chegou a convidar a vítima para viajar para a Disney-Paris, na França. O crime foi comunicado à polícia pela mãe do adolescente, assim que ela tomou conhecimento do caso. Hoffman já foi denunciado pelo Ministério Público do Rio e figura como réu no processo contra ele.