Elias foi morto nesta quarta-feira em uma ação da PM no Morro do PalácioReprodução / TV Globo

Rio - Leonardo Oliveira, irmão de Elias Oliveira, de 24 anos, disse que a família ainda não foi ouvida pela polícia após a morte do entregador, na noite desta quarta-feira, no Morro do Palácio, em Niterói. Segundo ele, PMs que participaram da ação que matou o rapaz teriam debochado dos parentes da vítima. “Não basta a dor da família, não é só a comunidade não. Além do sangue do meu irmão está clamando por justiça, a comunidade está chorando”, disse em entrevista ao Bom Dia Rio.
Leonardo, que estava no IML pra liberar o corpo do irmão, também questionou a entrada da polícia no morro. “Mais uma família foi destruída. Isso não é atitude de polícia, pegar carro particular e subir no morro e matar morador. Isso é atitude de bandido, de miliciano”, desabafou. Em um vídeo, Leonardo mostra o local onde Elias foi baleado e diz que uma moradora chegou a ouvir os gritos do rapaz com a mão na cabeça. O entregador foi alvejado no tórax e na virilha, segundo familiares, e socorrido para o Hospital Azevedo Lima, mas não resistiu ao ferimento.
A Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG). A perícia foi realizada no local. Os agentes estão ouvindo testemunhas e coletam informações para esclarecer todos os fatos.
Segundo amigos e parentes, o Elias trabalhava como entregador durante o dia e como dj aos fins de semana, para complementar a renda. Um protesto foi realizado por moradores na Avenida Presidente Pedreira, principal via de acesso à comunidade. O entregador deixa esposa e uma filha. Ainda não há informações sobre a data e local de enterro de Elias.