Trens na SuperviaReginaldo Pimenta
Furtos de cabos nos trens da Supervia mais que triplicou em 2021, em relação a 2020
Dados da própria concessionária apontam que quase 30 mil metros de cabos foram furtados de janeiro a novembro deste ano; no ano passado, foram 7,5 mil. Japeri é o campeão entre os ramais
Rio - O furto de cabos nos trens da Supervia foi um dos mais graves problemas do transporte público fluminense em 2021. A ação constante de criminosos em diferentes ramais gerou cobranças ao governador Cláudio Castro, investigações da Polícia Civil e até uma força-tarefa, formada pelas polícias e prefeituras. A preocupação se justifica: dados da própria Supervia apontam que a quantidade de furtos mais do que triplicou em 2021, em relação ao ano passado.
A concessionária contabiliza 686 ocorrências de furtos entre janeiro e 15 de novembro de 2021. No total, foram 29.183 metros roubados. O número foi bem menor em 2020: 355 casos e 7.474 metros furtados. Um relatório da empresa que administra os trens urbanos do Rio diz que 1.102 viagens foram canceladas ou interrompidas em 2021 por conta do problema.
A situação se agravou no ramal de Japeri, que soma sozinho 323 ocorrências e 15.784 metros de cabos a menos em 2021. Segundo a Supervia, o prejuízo é de R$ 1,5 milhão apenas com a reposição dos equipamentos.
Simar Cavalieri, gerente de segurança da Supervia, aponta que o perfil dos furtos mudou e se sofisticou nos últimos meses. "Há uma mudança nas características destas ocorrências. Os criminosos estão furtando até cabos de alta tensão, uma prática que exige cerca vivência com o material. Também percebemos a atuação de grupos de homens armados ao contrário do que acontecia antes, quando o perfil dos criminosos era de usuários de drogas que atuavam sozinhos e sem armas de fogo", afirma o gerente.
"Em agosto tivemos o maior número de ocorrências ao longo da malha ferroviária em 2021 e, além dos cabos, foram levados equipamentos fundamentais para a sinalização, o que culminou na interrupção temporária do ramal Japeri. Em setembro, o trabalho da força-tarefa da segurança pública levou a uma diminuição dessas ocorrências, mas, deste outubro, os casos voltaram a ocorrer em grande volume”, explica.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.