Última queima de fogos na festa de Reveillón em Copacabana foi antes da pandemiaAlexandre Brum / Arquivo O Dia

Rio - Apesar do cenário em aberto e com possiblidade de toda a programação ser cancelada a qualquer momento, principalmente com a chegada da variante Ômicron ao país, mais de 80% dos pacotes de viagens para o Rio já foram vendidos. É o que afirma a Associação Brasileira de Viagens no Rio de Janeiro (ABAV- RJ). Mesmo com as festas de réveillon sendo desmarcadas em diversas capitais, ao menos por enquanto, a comemoração no Rio será mantida. Com base na baixa taxa de transmissão do vírus da covid-19, que atualmente está na bandeira verde, e no avanço da vacinação na capital o tradicional evento que reúne milhares de pessoas só deve ser cancelado se os números de casos de coronavírus voltarem a subir. 
"O cenário é promissor. Os visitantes que virão ao Rio no réveillon são pessoas de outros estados dentro do Brasil, já que com a alta do dólar e pandemia o brasileiro tem optado por destinos dentro do país. É claro que a possibilidade de uma mudança em relação a uma nova onda deixa os turistas mais receosos, mas quem já comprou não vai desistir por causa de um cenário hipotético. Talvez, aquele turista que tinha dúvida em comprar desista pela incerteza da situação. Mas, temos que trabalhar com o hoje e hoje a transmissão é baixa no Rio e o índice de vacinação é alto. Neste momento, o Rio de Janeiro é um destino seguro", garante Luiz Strass, presidente da  ABAV- RJ, que afirmou ainda que predominantemente o Rio tem vivido do turismo doméstico e não do internacional.
Strauss disse ainda que não acredita que  turistas deixarão de vir ao Rio, mesmo que não haja festa no réveillon. "Todo o planejamento é baseado no que diz a ciência. Se daqui a alguns dias a ciência disser que não é possível realizar festas e tudo mais teremos que obedecer. Mas, acredito que, mesmo que a festa de réveillon, seja cancelada o turista brasileiro não deixará de vir. O estado do Rio tem vários nichos diferentes voltados para cultura, esporte de turismo de praia, serra e outros".
Em nota, o Ministério do Turismo também afirmou que "acredita que independente da realização das festas de final de ano, os índices de procura por destinos de natureza e de praia seguirão elevados, em razão da demanda reprimida durante o auge da pandemia de covid-19 seguindo a tendência dos últimos feriados".
Nesta terça-feira (30), o prefeito Eduardo Paes disse, em suas redes sociais, que o evento só vai acontecer se for seguro. "A gente está fazendo o dever de casa e na torcida para que o cenário favorável que a gente tem hoje se mantenha. O Soranz (secretário de Saúde) e o Comitê Científico estão olhando a situação. Vou seguir o que eles determinarem. Nada vai ser antecipado de forma irresponsável. Não vou sair criando pânico na população. Se tiver que cancelar, vamos cancelar". 
Sem decisão definitiva

Faltando um mês para a virada do ano, algumas prefeituras não chegaram a um veredito para fazer ou não festa no réveillon. Só nesta terça-feira (30), a Prefeitura de Niterói chegou ao veredito de que não haverá shows públicos na orla da cidade na programação do Réveillon. Em nota, afirmou que "está prevista a queima de fogos, de baixo estampido, por diferentes pontos do município, permitindo que o cidadão acompanhe de qualquer bairro, sem precisar se deslocar".

A Prefeitura ressaltou que o trabalho está seguindo as normas do Plano Novo Normal Niterói, obedecendo aos protocolos sanitários de enfrentamento da pandemia.
Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, também ainda não decidiu se o evento irá ocorrer. Em nota, a prefeitura do município informou que existe um Grupo de Trabalho realizando reuniões semanais planejando o réveillon e o verão 2022. No entanto, afirmou que a situação pandêmica do país ainda não permite um posicionamento definido da prefeitura.  
Em Búzios, também na Região dos Lagos, a prefeitura confirmou apenas fogos de artifícios nos locais estratégicos na cidade. 
Já a prefeitura de Cabo Frio, na mesma região, disse que para o Réveillon, três pequenos palcos para apresentações de artistas locais serão montados na cidade, sendo um no Jardim Esperança e dois em Tamoios. Não haverá queima de fogos na Praia do Forte. Segundo a prefeitura, até o momento, o cenário epidemiológico vem evoluindo de forma positiva com o avanço da vacinação contra a covid-19. Mas, todas as definições sobre o tema podem ser revistas no caso de mudança neste cenário.

A previsão para a taxa de ocupação hoteleira no fim do ano é de 95%. A estimativa da Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer é de que a cidade receba cerca de 800 mil visitantes no Réveillon.
Estabelecimentos comerciais que queiram realizar festas particulares poderão ter a permissão, mediante o cumprimento das normas de prevenção à covid-19 que estiverem em vigor na época. A prefeitura informou que não houve solicitação formal para esta finalidade até o momento.