Passageira fez foto da traseira do ônibus que estava sendo conduzido por motorista Divulgação
Manicure diz que foi humilhada por motorista durante viagem em São Gonçalo: 'favelada'
Aliny Jordão, de 26 anos, disse que funcionário da Viação Mauá duvidou que ela iria pagar a passagem e a discriminou por ser moradora de comunidade
Rio - A manicure Aliny Jordão, 26 anos, abriu um boletim de ocorrência online, na última quarta-feira (01), por injúria, difamação e racismo após sofrer discriminação por parte do motorista dentro de um ônibus da Viação Mauá, no bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo. De acordo com Aliny, a situação constrangedora aconteceu no último domingo (28), por volta das 18h, próximo ao ponto final da linha. Ela estava com os seus três filhos, todos crianças, uma amiga e os quatro filhos dela, também pequenos.
Ao embarcar no veículo, ela pediu para que o motorista abrisse a porta de trás do veículo para que as crianças pudessem entrar. Ao subir no ônibus, Aliny contou que foi tratada com rispidez pelo motorista, que teria dito: "Senta agora no ônibus e passa logo o cartão".
"O motorista também disse que só iria seguir com ônibus se eu pagasse logo a passagem, mas eu ainda nem tinha acomodado as crianças, sendo que duas eram de colo. Eu rebati dizendo que eu não ia sair sem pagar, para ele ficar tranquilo. Foi então que ele falou: "Não sei, né. Está na favela...", me chamando indiretamente de favelada. Tenho certeza que se fosse uma pessoa branca, com boas condições financeiras, ele não falaria daquela forma", disse.
A mãe das crianças disse que se sentiu extremamente envergonhada com a atitude do motorista e que considerou essa uma atitude racista, já que as pessoas envolvidas no episódio, incluindo as crianças que estavam com ela, são negras. "Eu desci do ônibus desnorteada, não sabia o que fazer. Lembro que os passageiros até tentaram me defender, de tão constrangedor que foi", diz. Aliny conseguiu fazer fotos do veículo, mas não conseguiu o nome do motorista.
No dia seguinte, um pouco mais calma, ela procurou a Viação Mauá para relatar o caso, que retornou para ela dois dias depois pedindo mais informações sobre o horário da viagem e a linha. Ela também abriu um boletim de ocorrência online para registrar o ocorrido.
"Queria expor tudo isso que aconteceu comigo para que outras pessoas não passem por essa mesma situação. É humilhante", completa Aliny.
Procurada, a Viação Mauá não retornou o contato. O espaço está aberto para manifestação.
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