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FabioCosta

Rio - O governador do Rio, Claudio Castro (PL), afirmou na manhã desta terça-feira que considera permitir a realização de queima de fogos com reprodução de música eletrônica no Réveillon em Copacabana, na Zona Sul do Rio na festa de fim de ano. A declaração foi dada pelo governador durante agendas com investidores e na Associação do Comércio. Ele adiantou que a orla deve ficar com estacionamento proibido para evitar aglomeração.
"A ideia é a gente fazer os fogos com música eletrônica, som nas caixas de som, e a proibição do estacionamento para evitar aglomeração. Já foi feita ano passado a proibição de estacionamento, que deu muito certo. Agora com os comitês e secretários, a gente vai entender como fazer isso, como evitar aglomeração. Conversar com modais: metrô, trem e ônibus para entender como a gente evita aglomeração", disse Castro.
O governador inicialmente tinha sugerido que os Comitês Científicos do Governo e do Município do Rio se reunissem para discutir a viabilidade de festa. Mas, a decisão foi revista. Castro afirmou que conversa nesta terça-feira com o secretário estadual de Saúde Alexandre Chieppe, que repassará a orientação ao respectivo Comitê Científico, enquanto o prefeito Eduardo Paes, por sua vez, tratará do assunto com sua equipe. Uma determinação sobre a festa de Réveillon deve ser definida nessa semana.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou o cancelamento das festas de Réveillon no último sábado (4), após a divulgação da notícia de que parte dos técnicos especialistas consultados pela Secretaria Estadual de Saúde haviam desaconselhado a realização da festa. Mas, Paes e Castro têm conversado para pensar alternativas para a celebração. Castro lamentou que a preocupação do Conselho Científico tenha sido vazada.
À imprensa, o governador falou na Associação Comercial nesta terça-feira que nada está definido a respeito do modelo a ser adotado para a festa. Nem o cancelamento da celebração está certo. "Cenas dos próximos capítulos. Isso os técnicos vão se reunir e é problema deles. A gente dá a ordem e eles têm que se virar pra achar como vão fazer. Se não, mando todo mundo embora e eu faço", afirmou.
O governador afirmou que vai tomar a decisão em acordo com o prefeito Eduardo Paes.
"A decisão final é minha e do Eduardo Paes. Infelizmente, foi vazada uma reunião do comitê estadual onde eles demonstravam preocupação com a nova variante. A preocupação era pela falta de informação, que o mundo inteiro não tem. Sábado, o prefeito acabou tomando essa decisão. Esperei baixar a temperatura e combinamos de encontrar os comitês. (Depois) alinhamos que cada um vai no seu comitê", disse o governador.
Em relação às festas particulares, o governador sinalizou que serão permitidos eventos de até um milhão de pessoas. A atribuição para determinar os respectivos protocolos será municipal. Castro lembrou que há um surto de Influenza na capital e que se faz necessário ser prudente. "A Influenza tá lotando as clínicas. Temos que ter prudência e sermos equilibrados", ponderou.
A Secretaria Estadual de Saúde informou na manhã desta terça-feira que não há reunião agendada sobre o tema.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), afirmou que levou ao governador Cláudio Castro (PL) a proposta de realizar, pelo menos, o espetáculo de fogos de artifício em Copacabana e outros "pontos centrais da cidade". Segundo Paes, o pedido para Castro foi de que ele levasse a ideia ao Comitê Científico do estado. Até o momento, não há clareza se foi o comitê quem orientou pelo cancelamento, e o governo estadual também não chegou a acatar a ideia, mas a Prefeitura do Rio se adiantou a decidiu pelo cancelamento. O prefeito encontrou o governador na noite de segunda-feira (6).
"Estive agora à noite com o governador Claudio Castro. Pedi que levasse a seu comitê científico a possibilidade de realizarmos ao menos os fogos em Copacabana e em alguns pontos centrais da cidade. Daniel Soranz (secretário municipal de Saúde) irá conduzir as negociações acerca do que é possível ser feito", publicou Paes no Twitter.
Especialistas avaliam que festa é arriscada
A pesquisadora em Saúde e membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da UFRJ Crystina Barros afirma que a queima de fogos é um chamariz para multidões de acesso incontrolável. "Não é hora de esmorecermos. Vamos lembrar que esse tipo de evento abre as portas para um turismo que não tem controle de pessoas vacinadas e que pode trazer variantes do mundo, que podem provocar reinfecção. A mensagem correta neste momento é: vacinem-se, mas sigam usando máscara e proteção", afirmou a pesquisadora.
O pesquisador da Fiocruz Hermano Castro avalia que a queima de fogos pode oferecer risco para aumento de casos de covid-19 no Rio. "Nesse momento, ainda há um risco elevado em ter festas dessa natureza com milhões de pessoas, que certamente estarão sem máscara com as ameaças que a gente tem atualmente. Nós temos uma nova variante que ainda precisamos conhecer qual será o caminho que a variante vai tomar, parece que a vacina pega, tem uma transmissibilidade maior, mas não sabemos o tamanho dela numa população vacinada como a nossa", ponderou.
O sanitarista reforça que não atingimos 80% da população vacinada. " Todas essas incertezas nos coloca numa situação vulnerável. Com risco de haver um recrudescimento da doença pós-Réveillon. Acho que a gente não merece e não devemos correr esse risco. Já temos 615 mil mortes no Brasil. Hoje, estamos com mortalidade controlada e em baixa em vários Estados e municípios. O Rio de Janeiro avançou bem com a vacina, mas uma festa como essa põe em risco isso tudo. Podem vir pra cá aqueles que não se vacinaram
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