Queima de fogos na praia de Copacabana, Réveillon Rio 2019Banco de imagens/ Agência O Dia

Rio - A Prefeitura do Rio vai anunciar o planejamento para o Réveillon 2022 na tarde desta quinta-feira (9). Uma coletiva de imprensa foi convocada para as 16h no Palácio da Cidade, em Botafogo, para tratar sobre o tema com o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
O Governo do Estado também decide sobre o formato nesta quinta-feira. A expectativa é de que também seja feito um anúncio ao longo do dia.
Cláudio Castro (PL) afirmou na quarta-feira que estava em contato com o prefeito do Rio e que anúncios seriam feitos nos próximo dias no sentido de uma "retomada segura". A declaração foi dada em uma agenda de reinauguração das obras do Museu da Imagem e do Som (MIS) em Copacabana.
O governador do Rio declarou na terça-feira que considera permitir a realização de queima de fogos com reprodução de música eletrônica no Réveillon em Copacabana na festa de fim de ano. A orla deve ficar com estacionamento proibido para evitar aglomeração. Em relação às festas particulares, o governador sinalizou que serão permitidos eventos de até um milhão de pessoas. A atribuição para determinar os respectivos protocolos será municipal. Castro lembrou que há um surto de Influenza na capital e que se faz necessário ser prudente.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, chegou a anunciar o cancelamento das festas de Réveillon no último sábado (4), após a divulgação da notícia de que parte dos técnicos especialistas consultados pela Secretaria Estadual de Saúde haviam desaconselhado a realização da festa.
Especialistas avaliam que festa é arriscada
A pesquisadora em Saúde e membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da UFRJ Crystina Barros afirma que a queima de fogos é um chamariz para multidões de acesso incontrolável. "Não é hora de esmorecermos. Vamos lembrar que esse tipo de evento abre as portas para um turismo que não tem controle de pessoas vacinadas e que pode trazer variantes do mundo, que podem provocar reinfecção. A mensagem correta neste momento é: vacinem-se, mas sigam usando máscara e proteção", afirmou a pesquisadora.
O pesquisador da Fiocruz Hermano Castro avalia que a queima de fogos pode oferecer risco para aumento de casos de covid-19 no Rio. "Nesse momento, ainda há um risco elevado em ter festas dessa natureza com milhões de pessoas, que certamente estarão sem máscara com as ameaças que a gente tem atualmente. Nós temos uma nova variante que ainda precisamos conhecer qual será o caminho que a variante vai tomar, parece que a vacina pega, tem uma transmissibilidade maior, mas não sabemos o tamanho dela numa população vacinada como a nossa", ponderou.
O sanitarista reforça que não atingimos 80% da população vacinada. " Todas essas incertezas nos coloca numa situação vulnerável. Com risco de haver um recrudescimento da doença pós-Réveillon. Acho que a gente não merece e não devemos correr esse risco. Já temos 615 mil mortes no Brasil. Hoje, estamos com mortalidade controlada e em baixa em vários Estados e municípios. O Rio de Janeiro avançou bem com a vacina, mas uma festa como essa põe em risco isso tudo. Podem vir pra cá aqueles que não se vacinaram e tem essa nova ameaça do Ômicron. Acho que nesse momento é temeroso abrir a guarda e organizar festas com milhões de pessoas circulando na rua", afirmou Hermano Castro.