Audiência para ouvir as testemunhas, do processo sobre a morte do menino Henry Borel, nesta terça-feira (14).Cleber Mendes/Agência O Dia
Após a morte de Henry, segundo a versão da testemunha, Monique afirmou, a caminho de uma gravação para o programa "Fantástico", da TV Globo, que Jairinho desfaria uma vasectomia e manifestou o desejo de casar com o parlamentar no papel e ter um filho com ele. Outra testemunha que estaria no carro na ocasião, o motorista Rogério Baronio, repetiu a versão durante seu depoimento.
Na terça-feira foram ouvidas dez testemunhas do caso: uma de acusação, a cabeleireira Tereza Cristina dos Santos, sete testemunhas de defesa de Jairinho e duas de defesa de Monique. A audiência de instrução e julgamento foi retomada na manhã desta quarta-feira.
Familiares do pai de Henry, Leniel Borel acompanham o julgamento com camisetas e cartazes com pedidos de Justiça.
A ex-assessora de Jairinho, Cristiane Isidoro, acompanhou o casal no dia da morte de Henry. Durante a audiência, ela criticou a perícia que foi feita no dia do óbito no apartamento do casal.
No depoimento, Cristiane contou que Monique desfaleceu neste momento. Enquanto a testemunha relatava a chegada do casal no apartamento, Monique, sentada no banco dos réus, caiu no choro.
A última testemunha a depor ontem (14) foi a própria diarista Rosângela. Em seu depoimento ela disse que varreu e arrumou sim a casa antes da chegada de Monique, Jairinho, Cristiane e o marido no dia da morte. Interrogada pelo promotor, que contestou que outra testemunha havia dito o contrário, a diarista disse que limpou metade da casa.
O conselheiro do Tribunal de Contas o Município Thiago K Ribeiro destacou em seu depoimento como testemunha de defesa de Jairinho que o colega era carinhoso e conciliador na Câmara Municipal. O filho e a ex-companheira do réu defenderam que ele não é violento e que não destratava crianças. Questionado sobre o porquê de o parlamentar ter tido o mandato cassado se era tão querido, o estudante de Direito Luís Fernando Abidu Figueiredo Santos, de 24 anos, afirmou que os vereadores foram pressionados pela repercussão midiática do caso.
O pai de Dr. Jairinho, Coronel Jairo, foi testemunha de defesa de Monique Medeiros, em seu depoimento, ele levantou suspeitas sobre o laudo do IML que apontou 23 lesões no corpo da criança. Coronel Jairo disse que esteve no hospital Barra D'Or, para onde Henry foi levado no dia 8 de março, data da sua morte. A assessora do ex-vereador também reforçou essa versão de que no hospital o menino apresentava apenas um ferimento próximo ao nariz, que poderia ter sido provocado por procedimentos médicos.
Perguntado se havia conversado com o filho sobre o que teria acontecido na noite da morte de Henry, Coronel Jairo disse que sim, e que o filho havia respondido que estava dormindo no momento do incidente. Coronel Jairo disse também que não acredita que Monique tenha provocado a morte do menino. Para justificar o perfil não violento do filho, Coronel Jairo disse que Jairinho foi "criado na poesia". Ele também afirmou que havia livros sobre psicopatia e 'serial killer' e constatado que o filho não correspondia a esse perfil.
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