Jairo Santos pai de JairinhoMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - Uma testemunha ouvida durante audiência de instrução e julgamento na tarde desta quarta-feira (15) no caso Henry afirmou que Jairo Souza Santos, o Coronel Jairo, e o filho, Dr. Jairinho são conhecidos como "donos da Bangu, donos da milícia". A testemunha complementou que tinha receios de fazer essa afirmação para não "tomar um tiro no peito".
"Na região, eles são poderosos, politicamente. (Ouvi falar) que eles são tudo dono de Bangu, donos da milícia. São pessoas influentes e poderosas em Bangu. Eu ouvi dizer e não sei se é verdade ou mentira", afirmou em audiência.
O coronel da reserva dos Bombeiros Reinaldo César Pereira Schelb, tio de consideração de Monique, afirmou que defendeu que a mãe de Henry tivesse defesa própria desde o início do processo. No primeiro momento das investigações, a diretora de escola foi defendida pelo ex-advogado de Jairinho. Reinaldo reforçou que durante o inquérito policial as testemunhas foram treinadas pela defesa do vereador para prestar depoimento em sede policial.
Durante audiência, a testemunha afirmou que considerava a relação entre Monique Medeiros e Jairo abusiva física e psicologicamente, mas que não tem conhecimento de que o menino Henry havia sofrido violência física. "Ela não conseguia fazer entrevista sozinha", complementou. A família de Monique, segundo o parente, acreditava que a morte de Henry foi causada por um acidente doméstico.
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Onze testemunhas estão relacionadas para serem ouvidas no plenário do II Tribunal do Júri, no Tribunal de Justiça do Rio nesta quarta-feira. Caso haja faltas, outras pessoas podem ser arroladas para depor. Entre os depoimentos previstos para hoje estão os de Rosângela Medeiros, mãe de Monique, e Bryan Medeiros, irmão da professora. Já depuseram a babá de Henry, Glauciene Ribeiro Dantas, o diretor da Polícia Civil Antenor Lopes e o tio de consideração de Monique, Reinaldo Schelb.
Relembre o caso

Henry Borel tinha 4 anos e morreu na madrugada do dia 8 de março deste ano, após dar entrada na emergência do Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. As investigações e os laudos da Polícia Civil apontaram que a criança morreu em decorrência de agressões e torturas.

O padrasto, Dr. Jairinho, e a mãe do menino, Monique Medeiros, foram indiciados pelo crime. O casal responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunhas. Para a polícia, a mãe de Henry Borel era conivente com as agressões do namorado contra o filho.