José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos, estava em bimotor que caiu em UbatubaReprodução

Rio - O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro encerrou na quinta-feira (16) as buscas pelas vítimas do acidente de um bimotor entre Ubatuba e Paraty. O copiloto José Porfírio, de 20 anos, e o passageiro Sérgio Dias, 45, não foram encontrados. A aeronave caiu em mar aberto no dia 24 de novembro. Apenas o corpo do piloto Gustavo Calçado Carneiro foi encontrado no dia 25 de novembro.
Depois de 22 dias de buscas concentradas na região de Paraty, na Costa Verde fluminense, com emprego de helicópteros, botes, motos aquáticas, drones, mergulhadores e cães, a operação mudará de nível. A corporação seguirá no monitoramento da orla, na procura pelos desaparecidos, de forma descentralizada, mobilizando todos os quartéis da região litorânea, que permanecerão alertas, informam os bombeiros.
Por intermédio do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, deputado André Ceciliano, o trabalho dos Bombeiros do Rio no mar foi estendido em uma semana e acabou ontem (16). Familiares das vítimas seguem fazendo buscas pelas ilhas da região.
A mãe do copiloto, José Porfírio afirma que com o encerramento das buscas, vai promover uma vaquinha virtual para arrecadar recursos para contratar profissionais para continuarem procurando as vítimas. "Eu quero deixar bem claro que eu sou eternamente grata a todos os Bombeiros", ressalta Ana Regina. 
A namorada do copiloto José Porfírio diz que os parentes reivindicam maior empenho da Marinha. "Nós queríamos uma busca efetiva. Infelizmente, isso tem que partir da Marinha, porque o Corpo de Bombeiros do Rio fez o que pode, inclusive conseguiu auxílio do Corpo de Bombeiros de Brasília, mas ainda assim, não foi o suficiente", diz Thalya Ares.
"Como pode um avião cair há 22 dias e até hoje não ter sido encontrado? Não foi encontrado pelos bombeiros, mas no tocante à Marinha, eu efetivamente não sei nem dizer se eles sequer procuraram. Não é possível que se a Marinha estivesse procurando, não teria encontrado", cobra a namorada de uma das vítimas. 
No último dia 6, parte da asa do bimotor foi encontrada entre Ubatuba e Ilhabela, e encaminhada para a Delegacia de São Sebastião, em São Paulo, que está investigando o acidente. No início do mês, dia 4 de dezembro, a Força Aérea Brasileira (FAB) encerrou sua operação nas buscas pelos desaparecidos. A FAB disse que os trabalhos duraram dez dias e ressaltou que as buscas poderão ser reativadas caso haja novos indícios sobre a aeronave ou seus ocupantes.

Procurada, a Marinha divulgou a última nota publicada no dia 6 de dezembro, na qual afirma que a embarcação “Isabela II”, que navegava em área próxima a do acidente ocorrido com a aeronave prefixo PP-WRS, avistou um material, na superfície do mar, entre a Ilha de Búzios e a Ilha da Vitória, ao Norte da Ilha de São Sebastião (Ilhabela), que supostamente seria parte da asa da aeronave desaparecida.
A equipe de Busca e Salvamento (SAR) da Delegacia da Capitania dos Portos de São Sebastião foi acionada para a região, a fim de verificar a informação. Ao chegar ao local, recolheu e transportou o material para a organização militar com o intuito de disponibilizá-la ao Centro de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão responsável pela investigação, conforme prescrevem os procedimentos inerentes à investigação de acidentes aeronáuticos, para perícia.
O fato compreende a 2ª fase de buscas (colaboração/oportunidade) e faz parte do resultado da participação permanente da comunidade marítima em apoio às Operações de Busca e Salvamento (SAR), que mantêm a divulgação do desaparecimento dos dois tripulantes, diariamente, por meio de Avisos-Rádio. "O Com1ºDN se solidariza com familiares e amigos dos tripulantes, e mantém contato com familiares diretos, passando informações tempestivas e relevantes sobre esse evento", diz o texto.