Eduardo Paes faz balanço do primeiro ano de gestãoBeth Santos/Prefeitura do Rio

Rio - O prefeito Eduardo Paes apresentou, nesta terça-feira, um balanço do seu primeiro ano de gestão no comando na cidade do Rio. Na apresentação, que aconteceu no Palácio da Cidade, em Botafogo, na Zona Sul, o gestor pontou como um dos destaques desse início o sucesso na campanha de vacinação e a queda nos indicadores na luta contra a Covid-19. Essa é a terceira passagem de Paes no comando da cidade do Rio.

"É óbvio que a gente nunca fica totalmente satisfeito com aquilo que a gente fez. Temos muito orgulho, mas sabemos que os desafios da cidade são muito grandes e que há um longo caminho a percorrer", disse o prefeito logo no início da apresentação do resultado.

Paes pontuou que 2021 foi um ano atípico e que o combate à pandemia foi o foco da sua gestão. "Isso acaba deslocando um pouco a agenda, na área da saúde e em outras áreas, mas buscamos fazer foi endereçar outros temas que nem sempre eram cobrados pela sociedade", explicou.

Durante a abertura, o prefeito também enfatizou os problemas encontrados pela sua equipe ao assumirem a administração da cidade deixada pela gestão anterior, de Marcelo Crivella.

"Eu me comprometi ao longo do processo eleitoral de não perder muito tempo falando da gestão anterior, mas é óbvio que não dá para deixar de fazer um registro da situação bastante difícil que encontramos da cidade sobre todos os aspectos. No seu ânimo, na narrativa, na prestação dos seus serviços", avaliou.
"Eu sempre disse durante o processo eleitoral que a cidade do Rio de Janeiro tem suas contas bastante equilibradas. Tem uma dívida muito baixa, considerando suas receitas correntes líquidas. Tem uma arrecadação muito sólida e sempre teve uma folha de salário relativamente bem controlada. Por isso, o caos que vemos na administração pública se dava basicamente por incompetência. Disse que não seria difícil colocar as contas no azul de novo", atacou.
Em seguida, Paes voltou a pontuar as iniciativas tomadas para promover o combate à pandemia, como o empenho do Centro de Operações para planejamento e monitoramento das ações em saúde. Também falou sobre a criação de um comitê cientifico formado por especialistas que orientaram as decisões de enfrentamento ao longo do ano. Entre as estratégias montadas, o gestor chamou a atenção para a organização do sistema de saúde para a aplicação das vacinas.

"Construímos uma bela logística de vacinação. Conseguimos aí 93%da população a partir de 12 anos totalmente imunizada no Rio de Janeiro. O processo de vacinação foi um absoluto sucesso", comentou. Ao todo, o município aplicou mais de 12,5 milhões de doses do imunizante contra o coronavírus. 
De acordo com Paes, os principais desafios da Prefeitura do Rio em 2021 foram: Controlar a pandemia; Controlar a economia e equilibrar as contas; Retomar e melhorar a prestação de serviços; e Preparar a cidade para o futuro.
Transporte público é desafio
Paes também reconheceu que a cidade enfrenta problemas sérios no transporte público. Segundo o prefeito, a situação dramática do BRT encontrada no início da sua gestão melhorou, mas ainda está longe de ser a ideal.
"Nós deixamos em 2016 cerca de 300 e tantos ônibus de BRT. Encontramos em janeiro de 2021, só 120 ônibus. Tá explicado a população sendo levada, carregada igual a gado por aí. Hoje já temos 210, ou seja, um aumento de 75% da frota, mas é uma frota ainda muito velha, muito ruim, com muitos problemas. Então esse é um processo que infelizmente vai demorar mais tempos do que nós gostaríamos", avaliou.
Para resolver o problema, Paes disse que espera para o início de 2022 a conclusão de um processo licitatório que deve incluir na frota 600 novos ônibus articulados. Esses coletivos serão inicialmente locados, mas poderão ser comprados pela Prefeitura do Rio ao fim do contrato.
Paes também falou sobre a reforma e reabertura de 43 de um total de 46 estações de BRT que estavam fechadas no início de 2020.
Busca ativa por alunos
Na educação, Paes falou sobre o investimento em infraestrutura do Programa Fábrica de Escolas, em 20 unidades não concluídas na gestão passada. Ao todo, a Prefeitura do Rio afirma ter investido R$ 280 milhões, que incluem entregas de 12 unidades em 2022 e, oito, em 2023.

Além disso, o gestor também fez questão de pontuar a necessidade de trazer de volta às salas de aula os alunos que deixaram as unidades por causa da pandemia e não retornaram quando houve a retomada do calendário. "São crianças que, enfim, foram ao mercado de trabalho. As famílias não estão atentas, fizemos uma busca ativa em parceria com o Unicef para uma busca ativa ao longo dos próximos anos", disse.