Rosimery de Freitas Dario morreu um dia após fazer hidrolipoReprodução TV Globo

Rio - O delegado André Barbosa Moarais, titular da 59ª DP (Duque de Caxias) informou que a clínica de estética Cemear, onde a empresária Rosimery de Freitas Dario, de 50 anos, realizou uma hidrolipo, na última segunda-feira, estava legalizada e tinha as licenças para funcionamento. A mulher morreu um dia depois de fazer o procedimento, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e a distrital está investigando o caso. A delegacia aguarda o laudo do exame de corpo de delito para saber a causa da morte. 
Rosimery de Freitas Dario realizou procedimento de hidrolipo na Clínica Cemear, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense - Fabio Costa / Agência O DIA
Rosimery de Freitas Dario realizou procedimento de hidrolipo na Clínica Cemear, em Duque de Caxias, na Baixada FluminenseFabio Costa / Agência O DIA


De acordo com Morais, a Polícia Civil tomou conhecimento do caso, na tarde de terça-feira, pelo próprio Ronald Renti da Rocha, médico responsável pela clínica estética e pelo procedimento. O delegado ainda informou que a perícia no local já foi realizada.

"Assim que fomos comunicados pelo próprio médico, que disse que prestou os primeiros socorros, fizemos registro de ocorrência e fomos ao local para realizar a perícia. A clínica tem alvarás de funcionamento, dos Bombeiros, o municipal. Legalmente e regularmente a clinica poderia estar funcionando, está com documentação em dia", disse.

Os familiares da paciente contaram ao O DIA que encontram um medicamento vencido na sala onde Rosimery havia feito o procedimento. Entretanto, o delegado informou que durante a perícia técnica não foi encontrado nenhum material fora da validade.

Segundo Morais, ele aguarda o resultado do exame de corpo de delito para saber se o procedimento estético foi o que causou a morte de Rosimery.

"Estamos aguardando o laudo para saber a causa mortis, precisamos desse laudo para saber o que realmente aconteceu, porque ela passou mal, se ela infartou, se teve alguma reação ao procedimento. Vamos analisar os exames solicitados antes da cirurgia. O laudo e os outros documentos podem revelar negligência médica, não descartamos essa hipótese também", explicou.

O documento, feito no Instituto Médico Legal (IML) de Duque de Caxias, deve ficar pronto nos próximos dias. O delegado contou que já ouviu familiares, além do médico responsável pela hidrolipo.

Rocha já foi denunciado outras duas vezes por pacientes que tiveram sequelas após realizar procedimentos estéticos com eles. "Aparentemente, essa foi a primeira vítima que faleceu, mas já há procedimentos inferiores onde pessoas foram lesionadas. Isso é algo a ser considerado ao longo da investigação", falou Morais.

O delegado ainda fez um alerta para mulheres que buscam realizar procedimentos estéticos.
"Esse tipo de ocorrência é muito triste. Precisamos alertar as pessoas para pesquisarem a procedência da clínica, do médico. Temos hoje fontes abertas de pesquisa onde as pessoas fazem vários comentários sobre o profissional. Ao olhar um preço irreal, muito abaixo do que deveria ser, desconfie. Se certifiquem minimamente do que estão fazendo, pois esses procedimentos podem acabar colocando a vida em risco", finalizou Morais.