Jerominho em live no Facebook na última terça-feiraReprodução

Rio – Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, de 73 anos, teve o pedido de habeas corpus negado pelo plantão noturno do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) nesta quinta-feira, horas após sua prisão. O ex-vereador foi condenado por extorsão qualificada, crime ocorrido em 2005.
O advogado do ex-vereador, Marcelo Cavalieri, disse que a prisão de Jerominho é ilegal pois, há um ofício de extinção de punibilidade sobre o processo, além de um recolhimento de mandado de prisão, emitidos em 2008. “Na vara de execuções penais já saiu a extinção de punibilidade dele em 2008 e tem um ofício recolhendo o mandado. Então ocorreu um erro, é até um absurdo, um constrangimento que está ocorrendo. Ocorreu um erro muito grave”, disse o advogado.
Segundo Cavalieri, o processo está arquivado e a defesa tenta agora reverter este quadro em caráter de urgência. Ele explica que a decisão de soltura deve partir da Vara de Execuções Penais. "Na decisão do desembargador, ele coloca que a Vara de Execuções Penais que é competente (pela decisão) só que eu não consigo peticionar devido ao arquivamento do processo", explica.
Antes de ser preso, na terça-feira, Jerominho fez uma live onde disse que "existe uma vontade da população" que ele se candidate e disse se colocar à disposição para concorrer à deputado federal pelo Patriota. Ele também disse ser inocente dos crimes que foi condenado. "Depois de pagar um crime que supostamente eu fiz, eu fui condenado e continuo a ser perseguido", declarou.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Jerominho foi condenado a pena de nove anos e quatro meses de reclusão. Além do ex-vereador, foram condenados Luciano Guinâncio, Alcemir Silva e Leandro Paixão Viegas. A sentença foi proferida em 2010.
Em 18 de fevereiro de 2021 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) emitiu uma decisão favorável a um recurso da defesa e fixou a pena em 07 anos, um mês e 10 dias de reclusão em regime semi-aberto. O Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, negou o recurso em outubro de 2021 e em 26 de janeiro de 2022 foi expedido mandado de prisão.
Jerominho foi preso na tarde desta quinta-feira (27), condenado por extorquir motoristas de vans da região de Campo Grande, onde ele mora e atua. Segundo a Polícia Civil, o ex-chefe do grupo conhecido como Liga da Justiça e fundador da maior milícia do estado, foi detido dentro de sua própria casa no bairro da Zona Oeste do Rio.
Segundo a Polícia Civil, Jerônimo Guimarães já havia sido condenado e cumpriu pena por outros crimes, tendo ficado preso de 2007 até 2018, quando foi solto. As extorsões ocorreram em 2005 e ele foi condenado de maneira definitiva esse ano.