Deputado estadual Anderson Alexandre, ex-prefeito de Silva JardimDivulgação

Rio - A Justiça do Rio, por meio da Vara de Combate ao Crime Organizado, afastou nesta sexta-feira o deputado estadual Wanderson Gimenes Alexandre (Solidariedade-RJ), mais conhecido como Anderson Alexandre, do cargo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), o deputado liderava um esquema milionário, que chegou a desviar mais de R$ 1 milhão dos cofres públicos ao nomear pelo menos 54 funcionários fantasmas para ocuparem funções comissionadas na Prefeitura de Silva Jardim. Segundo o MP, as nomeações eram facilitadas pois Anderson ocupou o cargo de prefeito entre 2013 e 2016.
Em nota, a defesa do deputado estadual negou que o parlamentar tenha sido afastado, "uma vez que o juiz de primeira instância não tem competência para examinar a denúncia do MPRJ". A defesa também negou o envolvimento com a prática criminosa. Leia a nota na íntegra no final desta matéria.
A denúncia também relata que, nos meses de agosto e novembro de 2016, os advogados Emerson Santos Leite, ex-procurador-geral do município, e Fhelipe de Souza Amorim, orientaram ao menos 32 servidores nomeados de forma indevida, dentro da Procuradoria-Geral do Município, para que ficassem em silêncio em seus depoimentos junto ao MPRJ, dificultando as investigações sobre o desvio de R$ 1.023.868,62.

Os demais denunciados, Roni Luiz Pereira da Silva, ex-presidente da Câmara Municipal de Silva Jardim, os ex-vereadores Jazimiel Batista Pimentel, Adão Firmino de Souza, Flávio Eduardo da Costa Brito e ex-chefe de gabinete Thais de Oliveira Gabardo também foram afastados das funções públicas, por compactuarem com os os crimes. Eles seriam responsáveis por selecionar os funcionários fantasmas em troca de apoio político.
A Justiça do Rio também bloqueou o valor de  R$ 1.023.868,6, o mesmo estimado em valor desviado, de todos os envolvidos no esquema criminoso. Eles estão proibidos de acessar ou frequentar repartições públicas do município de Silva Jardim, para que não haja uma nova influência sobre as testemunhas. 
Nota na íntegra da defesa do deputado
"O deputado jamais praticou atos ilícitos, nunca foi condenado criminalmente em nenhuma instância e tem a convicção de que será feita justiça. Anderson Alexandre permanece no exercício do mandato conferido pela Assembleia Legislativa do Rio uma vez que juiz de primeira instância não tem competência para examinar qualquer ação penal referente a deputado estadual.
O deputado reitera que a denúncia é requentada, ressurge em todo ano eleitoral, na tentativa de difamar o deputado junto ao eleitorado. É mais uma tentativa de espetacularização e criminalização da política, contudo não vai prosperar, pois confia na justiça."
Procurada, a Alerj ainda não respondeu se o deputado estadual já foi afastado.