Contra Ronnie Lessa foi imposta prisão de quatro anos e seis meses de reclusãoDivulgação
De acordo com informações divulgadas pelo RJ2 da TV Globo, no dia 23 de fevereiro, um pacote vindo de Hong Kong com 16 peças para fuzil AR-15 chegou ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, e chamou a atenção da Receita Federal. O destinatário era uma academia de musculação de onde Ronnie e Elaine eram sócios. O estabelecimento ficava em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, região controlada pela milícia.
Entretanto, o verdadeiro destino do material era um apartamento de Ronnie em Jacarepaguá, também na Zona Oeste, onde ele armazenava e montava armas, segundo a investigação. O local foi descoberto durante as investigações sobre os assassinatos de Marielle e Anderson.
Para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), os artefatos apreendidos se tratam de quebra-chamas, usados para diminuir o clarão gerado por disparos de arma de fogo. Na época da apreensão, os objetos eram de uso controlado no Brasil. Mas, a defesa do casal Lessa contestou a versão e alegou que os acessórios eram, na verdade, freios de boca, que diminuem o movimento da arma assim que um tiro é disparado. A peça nunca teve a importação proibida no país.
Na nova perícia realizada pela PF, foi confirmado que as peças eram de fato quebra-chamas e que só poderiam ter sido trazidos ao Brasil com aval das autoridades. De acordo com o MPF, a importação desses artefatos configura crime de tráfico internacional de armas, acessórios e munição.
Ronnie Lessa está preso desde 12 de março de 2019 e vai a júri popular pelas mortes da parlamentar e do motorista. Já sua esposa é ré no processo por tráfico internacional de armas e está presa desde 18 julho do ano passado, dias após ter deixado a cadeia por atrapalhar as investigações do caso Marielle.
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