Secretário Gutemberg FonsecaDivulgação

Ex-árbitro da FF FIFA (Federação Internacional de Futebol), Gutemberg Fonseca, de 48 anos, está há três meses à frente da Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Juventude. Neste período, três importantes projetos vêm sendo desenvolvidos por sua equipe. Um deles é o bolsa-atleta. Nos moldes do que já acontece no governo federal, o programa servirá para auxiliar os atletas e paratletas que ainda estão em formação escolar até aqueles que já atingiram o alto rendimento. Ao todo, serão 600 bolsas com valores entre R$ 500 e R$ 5 mil. Além disso, a pasta também está tirando do papel, este mês, um projeto que prevê a inauguração de 1.500 núcleos desportivos espalhados por todo o Estado.
O DIA: À frente da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude desde outubro, o que o senhor tem feito pelas crianças e adolescentes do Estado do Rio de Janeiro?
GUTEMBERG: O Estado do Rio vive uma nova era. Há mais de dez anos não se ouvia falar do bolsa-atleta. Agora nós estamos voltando com isso e os atletas do Rio de Janeiro serão consagrados com 600 bolsas para se dedicar aos seus treinos. Trabalharemos, neste projeto, com a pirâmide invertida - 85% das bolsas serão destinadas para atletas como os da formação escolar. Será oferecida para o atleta, o paratleta escolar, os universitários, englobando crianças, adolescentes e também portadores de deficiências. Então, a gente vem trabalhando muito. Nossa intenção é cuidar sempre do cidadão, descobrir talentos. E aí, sim, surgirão os verdadeiros campeões.
De quanto será cada bolsa? E quando começam as inscrições para quem quiser se beneficiar?
As bolsas serão entre R$ 500 e R$ 5.000. Ao todo, são cinco categorias para atletas e paratletas: Olímpica & Paralímpica, Internacional A, Internacional B, Nacional A e Nacional B. O diferencial do programa é que 85% serão destinadas para atletas e paratletas da base. Isso representa 58% dos recursos destinados para fomentar uma nova geração de esportistas. Os demais 42% dos recursos serão destinados para atletas do alto rendimento (15% das bolsas). O bolsa-atleta resgata o incentivo não só à formação. Mas aos atletas de alto rendimento, que muitas vezes vão para outros Estados, porque não tem ajuda do governo. Então, isso foi criado por nós. As inscrições devem iniciar no mês de fevereiro.
Além deste projeto, há outros em andamento? Quais?
Sim, um outro que também lançaremos em breve, de suma importância, e está em fase de finalização é o "RJ em Movimento", com 1.500 núcleos (desportivos) espalhados por todo o Estado, sendo 50 deles exclusivos para pessoas com deficiência. Outro é o Cepel (Centro Pioneiro de Esporte e Lazer), voltado para atender os jovens das comunidades, para que as pessoas consigam se desenvolver dentro daquelas localidades. Para isso, estamos reformando equipamentos públicos, colocando professores e acompanhando a evolução dos núcleos.
Qual seu principal objetivo à frente da Secretaria?
O Estado do Rio de Janeiro vive, hoje, um dos melhores momentos de sua história, com segurança jurídica. A gente está conseguindo trazer de volta algumas competições internacionais, como a Stock Car, a Copa Davis e, a qualquer momento, o governador vai anunciar algumas outras modalidades internacionais que voltam para o Estado do Rio de Janeiro. Isso tudo graças à segurança jurídica do Estado. Pela segunda vez, o Estado ganha o melhor prêmio de reconhecimento do melhor turismo desportivo da América do Sul. E garanto que dificilmente vão tirar esse reconhecimento do nosso Estado. Nosso principal objetivo é criarmos uma política de consolidação do Esporte no Estado. Com acessibilidade ao Esporte e a todos em igualdade de condições, além da criação de uma política de consolidação do Esporte. Pela primeira vez, teremos 50 núcleos exclusivos para pessoas com deficiência.
Esse programa dos núcleos desportivos tem previsão de sair do papel?
Já saiu do papel. Apresentamos estudo técnico elaborado por 16 professores doutores em Educação Física, para que atendessem às mais variadas modalidades, respeitando o potencial das regiões. E mais: um acompanhamento que vai desde a escola, passa por dentro da família para chegar à performance do resultado final. É muito mais do que a prática em si, é um amparo, um acompanhamento, um cuidado, um lado a lado com a população. A gente separou em três módulos de 500 núcleos, no qual o primeiro módulo já teve a concorrência, quatro empresas compareceram. A partir da primeira semana (de fevereiro), a gente já começa a instalar os primeiros núcleos, respeitando o comportamento técnico.
O que tem sido feito para ajudar as secretarias municipais?
Temos feito a "Caravana do Esporte" constantemente. Após um fórum, com mais de 60 secretários, criamos a caravana. Fica rodando, é um grande gabinete itinerante, com profissionais que qualificam outros profissionais. Ajudamos na capacitação e na formação de todas as cidades. Esporte é muito mais do que saúde. É saúde, educação, turismo, economia...
Neste momento de pós pandemia, como o esporte pode ajudar na economia do Rio?
O esporte vai ajudar muito é com fluxo de caixa na economia. Porque, quando você traz de volta essas competições com reconhecimento internacional, você traz de volta o turista. É o turista que acompanha e vem pro Estado e ajuda na economia. Gasta nos hotéis, transportes, restaurantes...
Qual a situação do Célio de Barros e do Julio Delamare?
Ambos os equipamentos precisam de um reconhecimento da sua importância e estão sob responsabilidade da Suderj. Não apenas esses, como também o Caio Martins. O governador determinou que a gente comece a fazer um trabalho de reforma, inclusive adequando aos PCDs. Hoje, só o Julio Delamare funciona. No caso do Célio de Barros, estamos elaborando um projeto técnico gigante para apresentar ao governador. Teremos ajuda do governo federal para que os equipamentos possam ser adequados à realidade da utilização esportiva. A população merece e terá seus equipamentos funcionando.