Militar foi preso em casa, em Bangu, por matar o vizinho idoso a pauladasReprodução
Subtenente do Exército é preso por matar idoso a pauladas em Bangu
Caso aconteceu quando, embriagada, a vítima começou a bater no portão do militar. Homem foi agredido com porrete de madeira por todo o corpo
Rio - O subtenente do Exército, Clodoaldo Oliveira da Silva Clementino, de 42 anos, foi preso na manhã deste domingo (30), em Bangu, na Zona Oeste do Rio, acusado de matar um vizinho idoso a pauladas. O militar foi preso em casa por policiais civis da 34ª DP (Bangu), que cumpriram um mandado de prisão temporária contra ele. Os agentes também pretendiam cumprir um mandado de busca e apreensão, mas a arma usada não foi encontrada.
O crime aconteceu por volta das 4h30 do último domingo (23), quando Joaquim Luiz Antunes Moço, de 60 anos, embriagado, teria confundido o portão da própria casa e passado a bater no portão de alumínio de Clodoaldo. O subtenente então teria dito que iria "arrebentar" a vítima, se não parasse com o barulho, porque precisava dormir para trabalhar no dia seguinte.
De acordo com a delegada responsável pelas investigações do caso, Ana Lúcia Costa, o subtenente tem conhecimento de artes marciais, mas não resistiu à prisão. Ela afirmou que os agentes tiveram dificuldade durante as diligências, por não haver câmeras de segurança na região e os vizinhos tiveram medo de falar sobre o caso, porque o acusado é introspectivo e não se comunica com os outros moradores.
Entretanto, os policiais conseguiram localizar uma pessoa que presenciou as agressões, na sexta-feira (28). Segundo relatos da testemunha, após as batidas no portão cessarem, foi ouvido o som de uma pessoa caindo. Ao checar o que havia acontecido, viu Joaquim no chão, sendo agredido com um porrete de madeira por todo o corpo, inclusive na região da cabeça, pelo militar.
Ainda de acordo com a testemunha, Clodoaldo chegava até o portão e insinuava que iria para casa, mas voltava e continuava com as agressões. Depois que entrou na residência, um vizinho viu Joaquim caído, acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a Polícia Militar, que encaminhou o caso para a 34ª DP. O idoso chegou a ficar internado por cinco dias nos hospitais municipais Miguel Couto, no Leblon, e Pedro II, em Santa Cruz, respectivamente, mas não resistiu e morreu na última sexta-feira.
A distrital já requisitou os boletins médicos dos dois hospitais por onde Joaquim passou, vai pedir o relatório do primeiro atendimento, realizado pelo SAMU no dia do crime, e aguarda o laudo da necropsia. A delegacia ainda pretende ouvir mais testemunhas e verificar se algum vizinho filmou as agressões. Na delegacia, o militar se reservou ao direito de permanecer em silêncio e não prestou depoimento.
"Agora que ele foi preso, a gente acredita que a gente consiga mais testemunhas presenciais, até para saber se ele já tinha alguma situação de desafeto antes do fato, porque, inicialmente, pelas oitivas das irmãs da vítima, eles não tinham nenhuma relação, até porque, esse militar era muito introspectivo, não falava com vizinho nenhum, só entrava e saía de casa para trabalhar, e não tinha uma vida social ali na vizinhança", disse a delegada.
O pedido de prisão temporário foi aceito pelo Plantão Judiciário, com base no crime de homicídio consumado, por motivo fútil, sem dar chance à vítima se defender e por meio cruel. Apesar de não se tratar de crime militar, Clodoaldo, que está no Exército desde 1999, foi levado para a Companhia de Comando da 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar, na Zona Oeste. A prisão é válida por 30 dias, mas a distrital pode pedir a prorrogação pelo mesmo período, para que as investigações sejam concluídas e o inquérito encaminhado à Justiça.
Procurado, o Comando Militar do Leste informou que o subtenente está à disposição da Justiça e que a instituição está cooperando com as autoridades que estão conduzindo as investigações do caso. "O Comando Militar do Leste ressalta que o Exército Brasileiro não compactua com qualquer tipo de conduta ilícita por parte de seus integrantes, repudiando veementemente atitudes e comportamentos em conflito com a lei, com os valores militares e/ou com a ética castrense", completou a nota.
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