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MP-RJ insiste em extradição de Bernardo Bello após suspeitas de tentativas de fuga

Apontado como líder da contravenção em pontos dominados pelo Clã da família Garcia, Bernardo Bello estava em viagem internacional e mudou de rota, cancelou voo e fez trajeto terrestre surpreendendo os investigadores

Bernardo Bello foi preso em Bogotá, na Colômbia, em ação da Polícia Civil, MP e InterpolDivulgação

Rio - Investigadores travaram uma busca de gato e rato para conseguir prender Bernardo Bello na última sexta-feira (28) em uma operação conjunta com agentes do Ministério Público do Rio, Polícia Civil e Interpol brasileira e colombiana. Apontado como líder da contravenção em pontos dominados pelo Clã da família Garcia, Bernardo Bello estava em viagem internacional e mudou de rota, cancelou voo e fez trajeto terrestre surpreendendo os investigadores. A Justiça do Rio recebeu nesta segunda-feira a denúncia contra Bernardo e mais cinco e suspendeu o sigilo do processo. 
Por conta dos desvios de rota, o MP sustenta que o acusado seja extraditado da Colômbia. Ao contrário do que pede a defesa de Bernardo, que tenta que ele possa voltar por meios próprios. O Ministério Público ressalta as mudanças na rota e ressalta que se Bernardo tiver interesse em retornar rapidamente para o país, pode cooperar com a extradição voluntária, agilizando o processo que deve levar meses. Em coletiva de imprensa realizada na manhã de hoje na sede do MP-RJ os investigadores não quiserem dar uma estimativa de quanto tempo esse processo pode levar.
Quando embarcou com as filhas e companheira para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no último dia 8 de janeiro, o contraventor ainda não tinha mandado de prisão expedido. O contraventor tinha passagem de volta ao Brasil para o dia 25. Os investigadores foram surpreendidos quando ele cancelou o voo, com passagens no valor de R$ 35 mil e comprou passagens para Amsterdã, na Holanda, onde passou alguns dias.
A atitude levantou suspeita de que a operação pudesse ter vazado. Após período na Europa, Bernardo voou com o grupo para Cartagena, na Colômbia. Outra atitude considerada suspeita pela força-tarefa foi a de que ao viajar de Cartagena para Bogotá, ele optou por ir por via terrestre, enquanto que o grupo viajou de avião. Bernardo foi preso enquanto passeava em Bogotá.
Antes da expedição do mandado de prisão, no dia 24 de janeiro, a defesa de Bernardo Bello já vinha procurando os órgãos de investigação para tentar acompanhar processos, mas esses estavam sob sigilo.
Durante a coletiva, o titular da Delegacia de Homicídios da Capital, Henrique Damasceno, afirmou que a motivação para que Bernardo mandasse matar Bid Garcia foi a disputa que existia há anos entre os dois por pontos de máquinas de caça-níquel, acirrada em 2019, quando Bid manifestou interesse em retomar áreas dominadas por Bernardo.
Damasceno informou que Bernardo manifestou interesse em matar Bid Garcia, esses registros, por mensagens de celular, obtidos por quebra de sigilo telemático, são de agosto de 2019. Em setembro, deu-se início a monitoramento e vigilância do contraventor, que foi morto após o desfile das campeãs do Carnaval de 2020, quando chegava da Sapucaí na casa da companheira na Barra da Tijuca.
Questionado sobre a participação de Altamir Sena, conhecido como Mizinho, no crime, Damasceno afirmou que a análise da quebra dos dados telemáticos de Bernardo revelou que a mensagem em que ele demonstra intenção de matar Bid foi endereçada ao policial penal, que foi cedido à Alerj e em maio de 2020 começou a trabalhar no gabinete do deputado estadual Léo Vieira, na Assembleia Legislativa do Rio.
O parlamentar, atualmente secretário estadual de Defesa do Consumidor, afirmou que devolveu o policial penal à presidência da casa em outubro do ano passado alegando que não fazia mais parte de seu grupo político. Procurada para esclarecer se nesses últimos três meses o agente continuou cedido à casa ou se estava atuando em outro gabinete, a Alerj não respondeu à reportagem até a publicação da reportagem.
Mizinho foi alvo de busca e apreensão no sábado, mas segue em liberdade.
Na casa de Bernardo Bello foram apreendidos um celular, que ainda não foi desbloqueado pela perícia, dois gravadores e anotações, que serão utilizados nas investigações.
Durante a operação os agentes também prenderam o segurança do contraventor preso na Colômbia, que seria o autor dos disparos de arma de fogo contra Bid, Thyago Ivan da Silva. O segundo acusado de efetuar os disparos, Wagner Dantas Alegre, não foi encontrado e segue foragido. Carlos Diego da Costa Cabral também foi preso. Na noite do crime, ele estava trabalhando como segurança de Bid. Mas as investigações demonstraram que ele nada fez quando o contraventor foi atacado ao deixar o veículo.
Outros dois acusados de participação no crime já estão presos. Eles seriam integrantes do Escritório do Crime e desempenharam intensa vigilância e monitoramento da vítima desde setembro de 2019: Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, e seu irmão, Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão.
Justiça aceita denúncia um dia após negar HC
A Justiça do Rio aceitou a denúncia do MP contra seis acusados e retirou o sigilo do processo nesta segunda-feira (31). Antes, o inquérito estava sob sigilo e a Justiça havia autorizado prisões cautelares. Com o recebimento, o processo passa de inquérito a ação penal e os réus vão responder ao julgamento presos. Wagner Dantas Alegre, no entanto, está foragido.
Confira os réus:
1) Bernardo Bello Pimentel Barboza
2) Wagner Dantas Alegre
3) Leonardo Gouvêa da Silva
4) Leandro Gouvêa da Silva
5) Thyago Ivan da Silva
6) Carlos Diego da Costa Cabral.
No domingo, a Justiça do Rio negou, durante plantão judiciário, um habeas corpus da defesa de Bernardo Bello. O pedido era para que o ex-presidente da Vila Isabel, apontado como contraventor, retornasse ao Brasil por conta própria, com o cumprimento do decreto prisional no momento do desembarque. De acordo com o pedido, Bernardo Bello estaria sofrendo constrangimento ilegal em território colombiano por força do cumprimento pela Interpol de mandado de prisão preventiva expedido pelo juízo da 1ª Vara Criminal da Capital.

Na decisão, o desembargador ressaltou que outro pedido de HC já havia sido negado. "Na realidade, esse segundo habeas corpus pretende apenas insistir no que já foi, como antecipado, analisado e apreciado no plantão judiciário de ontem” anotou o magistrado.
A defesa tenta o retorno de Bernardo alegando que ele está acompanhado de menores, mas o juiz ressalta que a namorada de Bernardo, maior de idade, poderia retornar com os filhos e sobrinha. "Não cabe, sobretudo em sede de plantão judiciário, ponderar questão sobre o fato de que deve ser assegurado o retorno do paciente ao Brasil para que possa acompanhar seus próprios 03 (três) filhos e sobrinha, todos menores, certo que esses mesmo menores também estão acompanhados pela namorada do paciente (obviamente, maior) de modo que não se vislumbra percalços ao retorno destes na data de hoje", registrou na decisão o juiz.
A reportagem tenta contato com os réus mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
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MP-RJ insiste em extradição de Bernardo Bello após suspeitas de tentativas de fuga | Rio de Janeiro | O Dia
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Apontado como líder da contravenção em pontos dominados pelo Clã da família Garcia, Bernardo Bello estava em viagem internacional e mudou de rota, cancelou voo e fez trajeto terrestre surpreendendo os investigadores

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Rio - Investigadores travaram uma busca de gato e rato para conseguir prender Bernardo Bello na última sexta-feira (28) em uma operação conjunta com agentes do Ministério Público do Rio, Polícia Civil e Interpol brasileira e colombiana. Apontado como líder da contravenção em pontos dominados pelo Clã da família Garcia, Bernardo Bello estava em viagem internacional e mudou de rota, cancelou voo e fez trajeto terrestre surpreendendo os investigadores. A Justiça do Rio recebeu nesta segunda-feira a denúncia contra Bernardo e mais cinco e suspendeu o sigilo do processo. 
Por conta dos desvios de rota, o MP sustenta que o acusado seja extraditado da Colômbia. Ao contrário do que pede a defesa de Bernardo, que tenta que ele possa voltar por meios próprios. O Ministério Público ressalta as mudanças na rota e ressalta que se Bernardo tiver interesse em retornar rapidamente para o país, pode cooperar com a extradição voluntária, agilizando o processo que deve levar meses. Em coletiva de imprensa realizada na manhã de hoje na sede do MP-RJ os investigadores não quiserem dar uma estimativa de quanto tempo esse processo pode levar.
Quando embarcou com as filhas e companheira para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no último dia 8 de janeiro, o contraventor ainda não tinha mandado de prisão expedido. O contraventor tinha passagem de volta ao Brasil para o dia 25. Os investigadores foram surpreendidos quando ele cancelou o voo, com passagens no valor de R$ 35 mil e comprou passagens para Amsterdã, na Holanda, onde passou alguns dias.
A atitude levantou suspeita de que a operação pudesse ter vazado. Após período na Europa, Bernardo voou com o grupo para Cartagena, na Colômbia. Outra atitude considerada suspeita pela força-tarefa foi a de que ao viajar de Cartagena para Bogotá, ele optou por ir por via terrestre, enquanto que o grupo viajou de avião. Bernardo foi preso enquanto passeava em Bogotá.
Antes da expedição do mandado de prisão, no dia 24 de janeiro, a defesa de Bernardo Bello já vinha procurando os órgãos de investigação para tentar acompanhar processos, mas esses estavam sob sigilo.
Durante a coletiva, o titular da Delegacia de Homicídios da Capital, Henrique Damasceno, afirmou que a motivação para que Bernardo mandasse matar Bid Garcia foi a disputa que existia há anos entre os dois por pontos de máquinas de caça-níquel, acirrada em 2019, quando Bid manifestou interesse em retomar áreas dominadas por Bernardo.
Damasceno informou que Bernardo manifestou interesse em matar Bid Garcia, esses registros, por mensagens de celular, obtidos por quebra de sigilo telemático, são de agosto de 2019. Em setembro, deu-se início a monitoramento e vigilância do contraventor, que foi morto após o desfile das campeãs do Carnaval de 2020, quando chegava da Sapucaí na casa da companheira na Barra da Tijuca.
Questionado sobre a participação de Altamir Sena, conhecido como Mizinho, no crime, Damasceno afirmou que a análise da quebra dos dados telemáticos de Bernardo revelou que a mensagem em que ele demonstra intenção de matar Bid foi endereçada ao policial penal, que foi cedido à Alerj e em maio de 2020 começou a trabalhar no gabinete do deputado estadual Léo Vieira, na Assembleia Legislativa do Rio.
O parlamentar, atualmente secretário estadual de Defesa do Consumidor, afirmou que devolveu o policial penal à presidência da casa em outubro do ano passado alegando que não fazia mais parte de seu grupo político. Procurada para esclarecer se nesses últimos três meses o agente continuou cedido à casa ou se estava atuando em outro gabinete, a Alerj não respondeu à reportagem até a publicação da reportagem.
Mizinho foi alvo de busca e apreensão no sábado, mas segue em liberdade.
Na casa de Bernardo Bello foram apreendidos um celular, que ainda não foi desbloqueado pela perícia, dois gravadores e anotações, que serão utilizados nas investigações.
Durante a operação os agentes também prenderam o segurança do contraventor preso na Colômbia, que seria o autor dos disparos de arma de fogo contra Bid, Thyago Ivan da Silva. O segundo acusado de efetuar os disparos, Wagner Dantas Alegre, não foi encontrado e segue foragido. Carlos Diego da Costa Cabral também foi preso. Na noite do crime, ele estava trabalhando como segurança de Bid. Mas as investigações demonstraram que ele nada fez quando o contraventor foi atacado ao deixar o veículo.
Outros dois acusados de participação no crime já estão presos. Eles seriam integrantes do Escritório do Crime e desempenharam intensa vigilância e monitoramento da vítima desde setembro de 2019: Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, e seu irmão, Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão.
Justiça aceita denúncia um dia após negar HC
A Justiça do Rio aceitou a denúncia do MP contra seis acusados e retirou o sigilo do processo nesta segunda-feira (31). Antes, o inquérito estava sob sigilo e a Justiça havia autorizado prisões cautelares. Com o recebimento, o processo passa de inquérito a ação penal e os réus vão responder ao julgamento presos. Wagner Dantas Alegre, no entanto, está foragido.
Confira os réus:
1) Bernardo Bello Pimentel Barboza
2) Wagner Dantas Alegre
3) Leonardo Gouvêa da Silva
4) Leandro Gouvêa da Silva
5) Thyago Ivan da Silva
6) Carlos Diego da Costa Cabral.
No domingo, a Justiça do Rio negou, durante plantão judiciário, um habeas corpus da defesa de Bernardo Bello. O pedido era para que o ex-presidente da Vila Isabel, apontado como contraventor, retornasse ao Brasil por conta própria, com o cumprimento do decreto prisional no momento do desembarque. De acordo com o pedido, Bernardo Bello estaria sofrendo constrangimento ilegal em território colombiano por força do cumprimento pela Interpol de mandado de prisão preventiva expedido pelo juízo da 1ª Vara Criminal da Capital.

Na decisão, o desembargador ressaltou que outro pedido de HC já havia sido negado. "Na realidade, esse segundo habeas corpus pretende apenas insistir no que já foi, como antecipado, analisado e apreciado no plantão judiciário de ontem” anotou o magistrado.
A defesa tenta o retorno de Bernardo alegando que ele está acompanhado de menores, mas o juiz ressalta que a namorada de Bernardo, maior de idade, poderia retornar com os filhos e sobrinha. "Não cabe, sobretudo em sede de plantão judiciário, ponderar questão sobre o fato de que deve ser assegurado o retorno do paciente ao Brasil para que possa acompanhar seus próprios 03 (três) filhos e sobrinha, todos menores, certo que esses mesmo menores também estão acompanhados pela namorada do paciente (obviamente, maior) de modo que não se vislumbra percalços ao retorno destes na data de hoje", registrou na decisão o juiz.
A reportagem tenta contato com os réus mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
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