ONG Rio de Paz fez um ato hoje no local onde congolês foi mortoReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - A ONG Meu Rio bateu a meta de R$ 50 mil da vaquinha virtual para a ajudar a família do jovem congolês Moïse Kabagambe. Aberta há menos de dois dias, a causa foi abraçada por centenas de pessoas e alcançou, até a tarde desta sexta-feira, R$ 69.680 mil. Segundo a ONG, todo o dinheiro arrecadado será destinado para garantir o apoio jurídico e psicológico e assistir os familiares do jovem congolês a médio prazo.
Moïse trabalhou por meses em alguns quiosques da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, para ajudar no sustento da casa, onde morava com a família. O jovem tinha 24 anos e chegou ao Brasil ainda criança, acompanhado de seus irmãos. No país, ele e sua família foram reconhecidos como refugiados pelo governo brasileiro. Segundo o Programa, ele era uma pessoa muito querida por toda a equipe do PARES Caritas RJ, que o viu crescer e se integrar.
Família recebe apoio da Comissão de Direitos Humanos 
Na tarde de quinta-feira (3), a família do congolês também recebeu apoio da Comissão de Direitos Humanos e do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT). A comissão, juntamente com a OAB/RJ, vai acompanhar as investigações sobre o caso. O órgão também ofereceu apoio psicológico aos familiares de Moïse e discutiu medidas de segurança que poderão ser adotadas pelos parentes do congolês.
"Oferecemos apoio à saúde mental da família de Moïse, além do acompanhamento do inquérito. A família se sente exposta e vulnerabilizada com tudo e teme pelo seu futuro e segurança. Por isso, o nosso atendimento aqui foi priorizar e reforçar a segurança da família, para que independentemente da decisão que eles tomem de ficar no Brasil ou não, que essa decisão seja pautada na segurança", disse a presidente da Comissão, deputada Dani Monteiro (Psol).
"Eu me sinto feliz por ter sido recebida pela comissão da Alerj e também pela OAB, que ouviram as minhas dores. E agradeço à imprensa por ter mostrado toda a verdade", disse a mãe de Moïse, Ivana Lay. O irmão do congolês, Djodjo Baraka Karagambe, pediu justiça: "Esperamos que as pessoas que fizeram isso com ele paguem. Queremos justiça".
Ato vai pedir justiça por Moïse neste sábado (5)
A Comunidade do Congolesa no Brasil, coletivos e movimentos negros vão se reunir neste sábado (5), às 10h, em frente ao Quiosque Tropicália, no Posto 8 da praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, para pedir justiça pela morte de Moïse Kabamgale. A família do jovem congolês de 24 anos, espancado até a morte no dia 24 de janeiro, é esperada na manifestação.