Moradores da comunidade Parada de Lucas, na Zona Norte, flagram helicóptero do Bope trocando tiros com criminosos nesta sexta-feira (4)Divulgação

Rio - Um vídeo mostra um helicóptero do Polícia Militar sobrevoando nas proximidades das favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio, na tarde desta sexta-feira (4). Também são ouvidos vários disparos. Às 19h16 de ontem, ainda foram relatados tiroteios em Parada de Lucas, segundo a plataforma Onde Tem Tiroteio (OTT). A ação nas regiões começou ainda pela manhã. Não há registro de feridos.
Nas redes sociais, moradores fizeram alertas nos grupos: "Atenção para quem mora nas comunidades de Vigário Geral e Parada de Lucas, avisem seus familiares e amigos para ter cautela ou evitar que venham para casa, operação está ocorrendo desde 5:30 da manhã, mas neste momento está ocorrendo muitos tiros e tem até helicóptero dando voos rasantes no local, não deixem as crianças na rua", dizia um dos comunicados.
Diversos vídeos também foram compartilhados para mostrar o clima tenso nas localidades. Assista:
Em um outro vídeo, é possível ver policiais militares descendo para a mata, próximo à comunidade Parada de Lucas. "Aí, pararam, desembarcaram... estão olhando a mata, hein". Informações preliminares apontam que a Polícia Militar estaria procurando pelos criminosos conhecidos como 'Peixão' e 'Rei do Fumo', mas a PM ainda não confirmou a informação.
Às 20h, moradores relataram que o clima havia amenizado na região. Procurada, a Polícia Militar informou que nesta sexta-feira (4), equipes do Comando de Operações Especiais (COE), do 16° BPM (Olaria) e de outros batalhões subordinados ao 1° Comando de Policiamento de Área (CPA) realizaram uma ação para reprimir o crime organizado nas Comunidades das Cinco Bocas e Pica-Pau, em Brás de Pina, da Cidade Alta, em Cordovil, de Parada de Lucas e Vigário Geral, na Zona Norte da Cidade do Rio.
Cerca de 19 toneladas de artefatos que obstruíam as vias da região foram retiradas pelas equipes. Não há registro de feridos, prisões ou apreensões.
Desde junho de 2020, o ministro Edson Fachin apresentou a "ADPF das Favelas", onde ficou determinado que as operações policiais só poderiam ocorrer em casos excepcionalíssimos.
Na quarta-feira, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria para determinar ao Estado do Rio de Janeiro que elabore, em no máximo 90 dias, um plano para reduzir a letalidade policial e o controle de violações de direitos humanos pelas forças de segurança fluminense.
Sobre as restrições de operações policiais, a PM informou que "as operações realizadas pela Corporação estão rigorosamente alinhadas ao que preconiza a ADPF 635 do Supremo Tribunal Federal (STF)". Confira a nota na íntegra:
"A Secretaria de Estado de Polícia Militar tem como missão central e permanente a defesa da sociedade do Rio de Janeiro. As operações realizadas pela Corporação estão rigorosamente alinhadas ao que preconiza a ADPF 635 do Supremo Tribunal Federal (STF). Nossos policiais militares são constantemente treinados e preparados para atuarem de forma segura. Nossas ações policiais são baseadas em protocolos rígidos de atuação e preceitos técnicos de treinamento e orientação.
Transparentes e protegidas pela legislação em vigor, as operações realizadas pela Polícia Militar são precedidas de informações do setor de inteligência da Corporação e de órgãos oficiais, sendo executadas com base em protocolos técnicos com foco central na preservação de vidas - da população local e de policiais militares envolvidos na ação.
Além de ser comunicado previamente, o Ministério Público estadual recebe relatórios sobre os resultados das operações, como pode acompanhá-las em tempo real por meio de um aplicativo desenvolvido com essa finalidade."