Enxurrada carregou carros, que ficaram empilhados nas ruas fotos AFP
Durante a sessão, os deputados fizeram discursos lamentando a tragédia. Os parlamentares cobraram a aplicação contínua de recursos na prevenção de desastres. “A liberação emergencial de R$ 30 milhões é fundamental para abrigar as pessoas, comprar medicamentos, mantimentos, roupas. Mas o fundamental é, posteriormente, investir de forma contínua em questões fundiárias, de habitações de interesse social etc”, defendeu o deputado Luiz Paulo (CIdadania), que presidiu uma CPI sobre as enchentes no estado em 2011.
O líder do governo na Alerj, deputado Márcio Pacheco (PSC), ressaltou a cooperação e solidariedade de todos: "Gostaria de pontuar a presença efetiva do Governo do Estado com uma estrutura importante e presente na cidade de Petrópolis. Foi absolutamente trágica a quantidade de água que caiu no município e é fundamental a população ver a mão do estado atuante".
"É uma tragédia que eu nunca vi igual, nem em 1988, nem em 2011. A Assembleia Legislativa sai mais uma vez na frente, ao votar fundamentais medidas de apoio a Petrópolis. O Governo do Estado também está em peso atuando pelo município. Agradeço aos colegas que se solidarizam pela cidade onde eu vivo”, comentou o deputado Marcus Vinicius (PTB).
A deputada Renata Souza (PSol) cobrou a aplicação dos recursos no Programa de Prevenção de Desastres que, em 2021, não teve seu orçamento executado. “Será que a execução desse orçamento poderia ter evitado esta tragédia?”, questionou. “Não podemos esperar que mais uma tragédia aconteça para que esse orçamento seja utilizado", criticou.
CPI das Enchentes
Há onze anos, o Parlamento Fluminense instaurava uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Enchentes, motivada pela maior tragédia climática da história do país, ocorrida no mesmo ano na Região Serrana fluminense. A catástrofe vitimou fatalmente mais de 900 pessoas, deixando milhares de desaparecidos.
Após seis meses de trabalho, foi aprovado o relatório final da CPI das enchentes, O documento deu destaque para problemas como a presença de casas irregulares em encostas, assim como nas margens de rios - o que revela a carência de um sistema de defesa civil e de políticas habitacionais.
O colegiado também apontou falhas na ação do poder público na retirada da população das áreas de risco durante a tragédia e até mesmo denúncias de corrupção nos contratos emergenciais para recuperar as cidades fizeram parte do documento final. Para ler o relatório final da CPI, basta acessá-lo clicando aqui.
Além disso, os parlamentares propuseram diversas ações e projetos de lei, e o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Rio juntou esforços com outros órgãos e representações civis para melhorar a estrutura dos municípios.
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