Chuva forte na cidade de Petrópolis, Região Serrana do Rio, deixa dezenas de pessoas mortas e centenas desabrigadas AFP

Rio - O Ministério da Defesa autorizou, nesta quinta-feira, o envio das Forças Armadas para ajudar nas buscas por sobreviventes na tragédia de Petrópolis, Região Serrana do Rio. O temporal que atingiu a cidade na última terça-feira, já deixou mais de 100 mortos - o número de pessoas desaparecidas ainda é incerto. A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União (DOU)".A portaria foi assinada pelo ministro substituto, o general do Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O titular, Walter Braga Netto, está em viagem com o presidente Jair Bolsonaro na Rússia e Hungria.
Busca por desaparecidos
Na lista de desaparecidos há sobrenomes em comum, o que pode indicar parentesco. Famílias inteiras foram soterradas nos deslizamentos, como o caso de avó, neta e sobrinha, que foram encontradas abraçadas, já sem vida.
Veja a lista do MPRJ:
Sônia Reis. Mirian Souza Pinheiro da Silva Ferreira. Christiane Ferraz Blower Stock. Raquel Novaes Rocha. Fabiano de Assumpção Ribeiro Ferreira. Raquel Gritz Junqueira. Matheus Gritz. Sarah Walsh de Albuquerque. Zaira da Silva Chear. Raquel Dias de Macedo. Raquel de Lima Novaes Rocha. Sheila Sardinha de Matos Coimbra. Gislaine Moreira dos Santos Conegundes. Bernardo Pinto de Albuquerque. Luiz José Faria Ramos. Lara de Souza Assumpção Ferreira. Marcos Cícero da Silva Terra. Nathalia Bessa. Rodolfo Perlingeiro de Jesus. Ana Claudia da Silva Terra. Mariana. Marcelo Luiz. Amanda Stock. Luciana Souza. Andréa Macedo de Almeida Mendonça. Maria Auxiliadora. Gabriel Vila Real da Rocha. Rita de Cassia Moffatt Perlingeiro. Olga Sorgini Cortesi. Maria de Fátima Silva. Thais Marinho de Oliveira Silveira. Otto Karl Heil Stock. Marcelo Karl. Nilson Pereira Amorim. Robson Vinicius da Costa.
As informações sobre desaparecidos são recebidas pelos canais de comunicação do Ministério Público, no telefone: (21) 2262-1049, por e-mail: atendimento.plid@mprj.mp.br, e também no site: www.mprj.mp.br/todos-projetos/plid.
A partir do cadastro no banco de dados, as informações, fotografias e características físicas dos desaparecidos compartilhadas por parentes e familiares são checadas junto aos demais bancos de dado. Também há uma equipe de servidores e promotores de Justiça no Hospital Alcides Carneiro, no bairro Corrêas, e no Instituto Médico Legal da cidade.
Histórico de tragédias
No dia 11 de janeiro de 2011, a região serrana do Rio foi palco da maior catástrofe climática do Brasil. De acordo com os dados do Ministério Público, 918 pessoas morreram, 30 mil ficaram desabrigadas e ao menos 99 vítimas seguem desaparecidas até hoje, após um temporal sem precedentes atingir cidades como Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. A chuva provocou avalanches de lama e muitas casas desabaram sob a força das águas carregadas de terra e entulho.
Na época do desastre, cerca de 850 mil toneladas de lama e entulho foram retiradas das ruas das cidades. Nos dez anos da tragédia, o governador Cláudio Castro decretou luto oficial e transferiu a sede do governo do estado para a Região Serrana. Em janeiro do ano passado, foi feita a promessa de investir mais de R$ 500 milhões em contenções de encostas, limpeza de rios e obras de infraestrutura em Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Areal.
Em 5 de fevereiro de 1988, o temporal que atingiu Petrópolis provocou enchentes, deslizamentos e desabamentos, matando 134 pessoas. Em 2001, também por causa das chuvas, 57 pessoas morreram. Em 2013, outra tragédia deixou 33 mortos.