Secretário vai concorrer ao cargo de deputado federal nas eleições deste anoReginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, confirmou, em entrevista ao DIA, neste sábado (12), que vai deixar a pasta no próximo dia 30 de março, para disputar as eleições deste ano. O cargo ao qual Soranz vai concorrer será definido na convenção partidária. Segundo ele, a Secretaria será entregue com um planejamento para os próximos quatro anos pronto e aprovado pelo prefeito Eduardo Paes.
"Estou me organizando para deixar a Secretaria no dia 30 (de março). Os principais processos da Secretaria já estão encaminhados, que foi a reestruturação da Atenção Primária, recomposição das equipes, a melhoria na estrutura. A gente construiu um planejamento para os próximos quatro anos, aprovado pelo prefeito Eduardo Paes, então a Saúde vai ter muito mais recurso nesse período que começa um novo ciclo, que a gente acha que vai ser um ciclo muito positivo", afirmou Soranz, que destacou a vacinação contra a covid-19 como principal desafio da sua atuação na secretaria.
"O maior desafio que eu enfrentei na secretaria foi vacinar 14 milhões de pessoas. Não foi nada simples esse período. Apesar de eu ter ficado muito feliz de ter sido convidado para ser secretário municipal de Saúde do Rio pelo prefeito Eduardo Paes, certamente 2021 foi o meu pior ano, do ponto de vista pessoal e acho que também de muitos cariocas, foi um ano muito triste. Espero que em 2022 a gente possa ter um ano de muitas melhorias na saúde e que a gente possa voltar a ter aquele jeito carioca de viver."
À convite do prefeito do Rio, Eduardo Paes, o titular da pasta passará a ser o atual presidente do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (Ivisa-Rio), Rodrigo Prado. "O Rodrigo Prado é um servidor de carreira da prefeitura, a gente já trabalha, tanto eu, quanto o prefeito, com ele, há mais de 14 anos. É um cara que tem muita experiência, acompanhou todo esse processo de combate à covid ativamente. Tenho certeza de que ele vai fazer um ótimo trabalho na Secretaria Municipal de Saúde", disse Soranz.
Desfile de blocos de rua em abril seria inviável, diz Soranz
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que a covid-19 não será erradicada, a menos que outra vacina seja desenvolvida e toda a população imunizada. Segundo ele, será necessário conviver com a doença em uma dinâmica diferente. Soranz explica que diversos países no mundo já mudaram a classificação da pandemia do novo coronavírus para endemia, e o mesmo acontece na cidade do Rio, por uma questão de planejamento, sem precisar de decreto para a alteração.
"À princípio, a gente vai conviver com a covid durante muito tempo, mas numa outra dinâmica. Então, os sistemas de saúde não vão mais poder tratar a covid como algo excepcional, que não se esperava. Agora, a gente tem que saber que a covid vai estar presente no panorama epidemiológico, que a gente vai precisar organizar os processo administrativos de maneira regular, organizar a compra, monitoramento, a rede se serviços, dimensionamento de recursos humanos de maneira permanente, não só em períodos exporádicos. Esse é um novo desafio para o sistema de saúde. Tudo o que foi feito para a covid-19 nesse período, precisa se manter", explicou o secretário.
Atualmente, a taxa de transmissão da doença na capital fluminense é de 0,31, a menor já registrada desde o início da pandemia, em março de 2020. A cidade tem ainda um índice de positividade da covid-19, abaixo de 5%, que é considerado o cenário ideal para a Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com Soranz. Além disso, somente 6% dos internados na rede municipal de Saúde são pacientes de Síndrome Gripal Aguda Grave (SRAG). A mudança de cenário se deve, segundo ele, a alta cobertura vacinal dos cariocas.
De acordo com a atualização das 11h30 do Painel Rio COVID-19, da Prefeitura do Rio, 87,8% da população total carioca recebeu a primeira dose e 84,4% já tomou a segunda. A dose de reforço contempla, até o momento, 56,2% dos adultos. As unidades municipais de Saúde seguem aplicando todas as três doses da vacina, além da quarta dose para os maiores de 18 anos que tenham imunossupressão e recebido às três doses do esquema primário em um intervalo de quatro meses.
Com o cenário epidemiológico seguro, entre os dias 20 de e 1º de maio, serão realizados os desfiles das escolas de samba no sambódromo da Marquês de Sapucaí e na Intendente Magalhães. Entretanto, o secretário destacou que a realização dos blocos de rua na cidade no mesmo período seria mais dificil, por questões de infraestrutura.
"Os blocos de rua são uma situação muito mais complexa que só a pandemia. Tem que organizar toda a rede de saúde para poder ter o cuidado aos blocos de rua. Tem Comlurb, tem patrocinadores, tem várias situações que precisam ser vistas. Acho que não é viável fazer o bloco de rua por conta da infraestrutura, da organização, que leva muito tempo. Mas, isso não é a Secretaria de Saúde que decide", disse Soranz, que reforçou que, desde a liberação do uso de máscaras em locais fechados, a única medida restritiva em vigor no Rio é o comprovante de vacinação.
"À princípio, a gente não tem nenhuma medida restritiva nesse momento, a não ser o passaporte vacinal. A gente tinha muito medo do Carnaval, dos blocos de rua, por isso foi adiado, era uma preocupação de todo carioca, que o Carnaval pudesse aumentar a disseminação de covid-19, mas, felizmente, a gente viu que não foi isso que aconteceu, a alta cobertura vacinal da cidade protegeu. Claro que essa cobertura vacinal não protege para sempre, vai caindo ao longo do tempo. Então, se os cariocas não fizerem a dose de reforço, pode ser que a gente tenha uma reintrodução de uma variante que já passou. Estamos bem atentos à isso", disse Soranz.