Muitas vezes, nada precisa ser dito. Aliás, é no belo silêncio de um abraço que a relação se ilumina de vezArte: Kiko

Um fim de semana de reencontros com amigas de longa data me fez mergulhar na mágica dos elos que a gente cria na vida. Logo escrevi numa rede social que há pessoas que se tornam verdadeiros faróis na multidão. E nesse caso a distância do tempo não impedirá que os seus rostos sejam sempre familiares, aconchegando a nossa alma em qualquer lugar que formos.
Sinto que esse mistério é reservado para amigos com quem compartilhamos momentos fundamentais da vida, sejam descobertas na escola, na faculdade ou percalços do caminho. Cria-se uma confiança subentendida, um pacto não verbalizado. E essa cumplicidade vira luz para futuros encontros. Assim, um anoitecer de sábado na Lagoa Rodrigo de Freitas ganhou o farol de confidências trocadas entre pessoas queridas. Da mesma forma, o sol de domingo presenciou o meu reencontro com uma amiga de infância. É incrível como a gente se reconhece nas alegrias e também nas dificuldades um do outro.
Construir diferentes laços é a sinalização de experiências diversas. Há o amigo ideal para ouvir os nossos segredos enquanto o outro nos fará gargalhar com amenidades. Com um, brindaremos à vida com cerveja num copo americano num boteco. E com o outro, abriremos aquele vinho que o bolso só permite de vez em quando.
Descobrir as delícias de cada amizade é um desafio. Afinal, todos nós estamos em fases diferentes da vida, com os mais diversos afazeres. Quando entendemos isso, paramos de reclamar da falta de tempo do outro, pois percebemos que também não damos conta de tudo. Assim, aprendemos que a amizade não é ruidosa. Poderá estar presente nos pensamentos, num simples "oi" ou até num meme enviado no dia a dia. Muitas vezes, nada precisa ser dito. Aliás, é no belo silêncio de um abraço que a relação se ilumina de vez.