Bancada do Psol propõem projeto de emenda à Lei Orgânica para vetar monetização de vídeos no Youtube por vereadoresEduardo Barreto / CMRJ

Rio - A bancada do Psol no Rio apresentou na Câmara Municipal, nesta terça-feira (5), um projeto de emenda do vereador Tarcísio Motta à Lei Orgânica do Município, visando proibir a monetização por parte de parlamentares com conteúdos audiovisuais produzidos para o YouTube. O projeto veio a reboque da decisão da Conselho de Ética da Casa para apurar as denúncias contra Gabriel Monteiro (sem partido), cujos vídeos postados na plataforma foram alvo de denúncia do Ministério Público.
Tarcísio defende o direito dos vereadores em utilizarem as redes sociais para prestar contas e dar transparência do seu trabalho aos eleitores, para amplificar uma denúncia e aproximar a legislatura da sociedade, desde que as práticas não resultem em ganhos.

"Ele (Gabriel) se usa da função pública que ocupa para lucrar com isso, o que é errado do ponto de vista ético e do ponto de vista legal, e isso precisa estar mais explícito, porque se trata de uma questão nova. O projeto de resolução sustenta que não é possível um vereador exercer de prerrogativas do seu cargo para lucrar com isso, e é isso que ele faz. Precisamos vetar essa possibilidade de monetizar os vídeos no YouTube.
De acordo com Tarcísio, o projeto passa agora por votação das comissões na Câmara e terá que ser aprovado por dois terços dos vereadores em dois turnos com dez dias de distancia entre o primeiro e o segundo turno de votação: "Hoje a bancada coletou somente o apoio de demais vereadores que apoiassem o protocolo do projeto de emenda".
Caso Gabriel Monteiro
Gabriel Monteiro foi acusado de assédio moral e sexual por cinco pessoas ouvidas pela reportagem do Fantástico, da TV Globo, exibida no dia 28 de março. O parlamentar conta com 23 milhões de seguidores. Gabriel é ex-policial militar, terceiro vereador mais votado em 2020 e divulga vídeos na internet por meio dos seus canais e perfis oficias.
Nas redes sociais, uma campanha destinada a retirar patrocínios do vereador foi movimentada com a hashtag #DesmonetizaGabrielMonteiro num movimento contra o financiamento de discurso de ódio e de fake news e os escândalos repercutidos por causa das denúncias de abuso sexual.