Manifestantes se reuniram na Praça Saens Pena, na Tijuca Fabio Costa

Rio - O Movimento Unido dos Camelôs (Muca) e trabalhadores informais fizeram, nesta segunda-feira (11), um ato de aproximadamente seis quilômetros, que começou na Praça Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte da cidade, e foi até a Subprefeitura da Grande Tijuca para defender o direito de vender suas mercadorias livremente. Na última sexta-feira (8), camelôs disseram que foram agredidos por agentes da Guarda Municipal (GM) da região e, além disso, tiveram seus produtos apreendidos pela Secretaria de Ordem Pública (Seop). Durante a confusão algumas pessoas também depredaram um veículo que era usado pelos guardas.
Hoje, durante o protesto que durou mais de três horas, havia pelo menos 200 pessoas segurando cartazes com dizeres como: "sobrevivemos do nosso trabalho", "camelô com muito orgulho" e "covardia gera fome". O cruzamento da Rua Conde de Bonfim com Rua General Roca chegou a ser fechado pelos manifestantes por volta de 16h e causou bastante trânsito na região. Já às 18h12, a via foi completamente liberada. Apesar ter sido um ato pacífico, no local era possível ver alguns agentes do Grupamento de Operações Especiais.
Jeniffer Barbosa, que acompanhou a manifestação e trabalha vendendo docinhos de festa pelo bairro, alegou ao DIA que foi uma das pessoas prejudicadas pela Guarda Municipal.
"Eu estava trabalhando normalmente, como de costume, e eles [agentes] chegaram já metendo a mão na mercadoria. Na hora da confusão eu corri e eles [agentes] quebraram o meu carrinho. Fiquei no prejuízo, né? A gente tem que trabalhar, aí como é que faz?", questionou a mulher.
Já Tiago de Lima Leonardo, que é um dos líderes do movimento e prestou apoio a uma amiga que perdeu sua mercadoria na semana passada, disse que quando os guardas municipais aparecem pedindo para que os camelôs retirem as produtos, eles respeitam.
"Aqui têm guardas antigos que conhecem o nosso trabalho. Não somos de agredir ninguém. Só que o que aconteceu [sexta-feira] foi que chegou um carro descaracteziado, sem qualquer emblema da prefeitura e dois rapazes com colete azul desceram desse veículo falando para minha amiga que vende óculos: 'perdeu'. Isso para mim é roubo, achamos muita covardia. Todo mundo se revoltou e houve confusão, até porque ela já estava recolhendo as mercadorias para ir embora", desabafou.