Sepultamento do sargento da Marinha Raphael da Silva Celestino, de 39 anos, no Cemitério Memorial Parque Nycteroy, em São GonçaloSandro Vox

Rio - Familiares, amigos de infância e colegas de farda do segundo-sargento da Marinha, Raphael da Silva Celestino, de 39 anos, se despediram do militar no início da tarde desta quinta-feira (12), no Cemitério Memorial Parque Nycteroy, em São Gonçalo. Ele foi encontrado morto, na manhã de quarta-feira (11), com os pés e mãos amarrados, dentro de um veículo, no mesmo município.
Bastante abalada, a mãe de Raphael, Fátima Maria da Silva Celestino, lembrou do filho como uma pessoa carinhosa e sonhadora. "Essa farda era a alegria dele, desde pequeno ele sonhava com a Marinha. Era também um filho maravilhoso, tudo que ele podia fazer pelos seus sonhos ele fazia, até tirar dele para fazer pelas pessoas", disse.
Amigos há pelo menos 25 anos por frequentarem a mesma igreja, Rubens dos Santos contou que Raphael estava prestes a começar a trabalhar como motorista de aplicativo para complementar a renda da família. "Infelizmente ele foi abordado por alguém e, pelo perfil e corte de cabelo, viram que era militar. Ao descobrirem, houve essa covardia. Eles (os criminosos) não têm pena de ninguém. Ficamos sabendo também que ele foi rendido, amarrado e recebeu vários disparos de arma de fogo", contou o amigo.
A versão de que o crime é considerado latrocínio, roubo seguido de morte, ainda não foi confirmada pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), responsável pelas investigações. Segundo o delegado titular, Mário Lamblet, nenhuma hipótese foi descartada até o momento. Também foi constatado que a arma da vítima foi levada da cena do crime. 
Amigas de Raphael também se despediram do militar no Cemitério Memorial Parque Nycteroy. "Quando acontece isso muito próximo da gente, a impressão que dá é que estamos em um pesadelo", disse Célia Machado. Cássia Moura, colega de turma na escola e na Marinha, se mostrou indignada com a brutalidade do crime. "Era um cara muito correto. Tive a oportunidade de estudar com ele e ver que era muito apaixonado pelos filhos, não merecia ter partido da forma como foi. Demora muito a cair a ficha, uma vida toda procurando ser correto para morrer de uma forma torpe", disse.
Rubens também cobrou ações mais efetivas por parte do poder público e criticou a Comissão de Defesa dos Diretos Humanos. "Não quero politizar, mas canso de ver quando alguém famoso morre, ou quando alguém morre por incursão policial, a Comissão dos Direitos Humanos grita. Cadê a comissão agora? Não vejo. Cadê os nossos políticos que não fazem leis que dão segurança aos cidadãos? Onde está o poder público? Ninguém vê, ninguém sabe. Ninguém sente a presença do poder público no Rio de Janeiro", desabafou.
Durante o enterro, militares da Marinha fizeram uma homenagem ao sargento com uma salva de tiros. 
Portal pede informações sobre os envolvidos na morte
O Portal dos Procurados divulgou um cartaz, na madrugada desta quinta-feira, em busca de informações sobre os envolvidos na morte do militar. Disque Denúncia recebe informações sobre a identificação e localização dos envolvidos na morte de Raphael, nos seguintes canais de atendimento:
WhatsApp do Portal dos Procurados: (21) 98849-6099
(21) 2253 1177 ou 0300-253-1177
APP "Disque Denúncia RJ"
Facebook/(inbox): https://www.facebook.com/procuradosrj/,
https://twitter.com/PProcurados (mensagens).
O anonimato é garantido.
Procurada, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos  da Alerj ainda não disse se vai atuar no caso.
Colaboração: Sandro Vox.