Rio - Os deputados estaduais Filippe Poubel (PL) e Alexandre Freitas (Podemos) entraram com um novo pedido no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) para a anulação da nomeação do delegado Marcos Cipriano como conselheiro da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa). Cipriano é membro da Agência desde setembro do ano passado, quando a Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) aprovou a indicação dele para o cargo. O nome foi uma indicação do governador Cláudio Castro e o mandato é de quatro anos.
De acordo com Poubel, ele já havia votado contra a indicação do delegado para o conselho, mas foi voto vencido no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), na ocasião. Com a derrota, o deputado do PL chegou a abrir uma ação civil pública pedindo a anulação. O pedido foi rejeitado e um novo embargo estava em análise, antes da prisão.
Após a prisão de Marcos Cipriano durante a Operação Calígula, realizada na terça-feira (10), os deputados entraram com um novo pedido. A operação é conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e mira uma organização criminosa relacionada ao Jogo do Bicho.
"Para servir ao Estado e exercer com total isenção o papel de fiscalizador, um conselheiro necessita ter plena idoneidade. Não pode haver espaço para dúvidas ou suspeitas. As denúncias são sérias, e estão sendo investigadas, como deve ocorrer, para total esclarecimento e punição de possíveis culpados", afirmou Filippe Poubel ao DIA.
Desde o ano passado, o delegado é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por uma ligação telefônica com Ronnie Lessa, apontado por ser o assassino de Marielle Franco e de Anderson Gomes. Na época, ele negou as acusações e acrescentou que a ligação aconteceu antes de Lessa ser acusado pelo homicídio da vereadora e do motorista.
Cipriano foi denunciado por intermediar um encontro entre Ronnie Lessa e a delegada Adriana Belém e seu braço-direito, o inspetor Jorge Luiz Camillo. A reunião resultou em um acordo que viabilizou a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níqueis apreendidas em casas de apostas. O pagamento foi providenciado por Rogério de Andrade, também alvo da operação desta terça-feira.
Procurada, o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) informou que não encontrou nenhuma ação ajuizada pelos políticos sobre a nomeação do delegado.
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