Além de facilitar o trajeto, com a chegada do transporte, a região da Tijuca foi transformadaDivulgação

Rio - Para celebrar os 40 anos de inauguração das estações Afonso Pena, São Francisco Xavier e Saens Peña, na Tijuca, o MetrôRio apresentará, nesta terça-feira (24), uma exposição fotográfica com imagens antigas do período das obras. A mostra será gratuita, e o acervo ficará disponível durante um mês em um dos acessos da estação Uruguai, a mais recente construída na região.
A exposição pretende transportar o público para uma viagem no "túnel do tempo do metrô" com as imagens antigas do período das obras. Em 1982, as estações Afonso Pena, São Francisco Xavier e Saens Peña foram inauguradas no sistema metroviário do Rio, valorizando o bairro da Zona Norte, um dos mais antigos, populosos e tradicionais da cidade.
A mostra gratuita tem apoio da Eletromidia e curadoria da escritora Ângela França Pedrinho, de 70 anos, engenheira que trabalhou durante anos no sistema metroviário do Rio. Ângela publicou três livros sobre o transporte: "Metrô: os trilhos que mudaram o Rio", "Metrô: 40 anos de história – Da gestão pública à iniciativa privada" e "Glossário Metro-Ferroviário". Por conta da pandemia, esse último exemplar será lançado oficialmente no primeiro dia da exposição com uma sessão de autógrafos.
"No dia da inauguração das estações, a população da Tijuca foi toda para a Praça Saens Peña, que tinha sido toda reurbanizada e estava realmente muito bonita, e foi uma festa. Eu trabalhava na área de Manutenção e foi uma alegria poder entregar mais um trecho concluído à população. Fico muito feliz de poder ter participado desse momento fazendo parte da história do metrô", relembra Ângela.
A estação Saens Peña, a mais movimentada do bairro, demorou quase seis anos para ser construída. Quem acompanhou a inauguração relata como a novidade foi motivo de comemoração pelos moradores. Na época, o percurso da Linha 1 seguia pelo Centro da cidade até Botafogo, compreendendo 15 estações. Em 1998, quando o MetrôRio assumiu a concessão do transporte, às três estações da Tijuca já recebiam quase 14 milhões de passageiros por ano.
Para o engenheiro, Eli Bensoussan Canetti, de 68 anos, um dos integrantes da equipe técnica que montou o plano de segurança e operação das primeiras viagens no trecho, a inauguração da estação foi comemorada por todo o bairro.
"Durante as intervenções, a região se tornou temporariamente um grande canteiro de obras. Eram diversas interdições por conta das obras do metrô. Muitos moradores reclamavam e estavam resistentes, mas, quando as estações foram inauguradas, o metrô virou a melhor opção de transporte para os tijucanos chegarem ao Centro e à Zona Sul", disse ele.
Em 2014, o bairro ganhou um novo ponto de embarque, a estação Uruguai. O novo ponto de embarque atraiu mais usuários e, em 2019, antes da pandemia, 21 milhões de passageiros já circulavam pelas quatro estações.