Rio de Janeiro (RJ),16.12.2021 - CIDADE / RIO DE JANEIRO - Parque Madureira na Zona norte do Rio passa se chamar Parque Mestre Monarco Foto: Fabio Costa/ Agencia O DiaFabioCosta

Rio - Madureira, um dos bairros mais emblemáticos do subúrbio carioca, completa 409 anos nesta terça-feira (24). Para celebrar a data, haverá uma extensa programação cultural, no Parque Madureira.
Na própria terça, dia do aniversário, inaugura a exposição inédita “Luzia e Berthasaura em Madureira”, que apresentará a réplica do crânio de Luzia - o remanescente humano mais antigo das Américas -, além da réplica de Berthasaura leopoldinae, o fóssil de dinossauro encontrado no Paraná em 2021. Esta é a primeira vez que as peças poderão ser vistas pelo público fora do ambiente de museu. Elas ficarão em dois contêineres de 14 metros quadrados que serão instalados em frente à Arena Carioca Fernando Torres, no Portão 4 do parque. Um totem com conteúdo audiovisual, além de painéis ilustrativos, completa a mostra, que fica em cartaz até 7 de setembro. As duas peças foram cedidas graças a parcerias entre a Secretaria de Cultura e o Museu Nacional.
De sábado pra domingo, a comemoração segue com força total. É a vez do Viradão Cultural, que acontecerá das 14h de sábado até às 06h de domingo com muita roda de samba, jongo, baile charme, feira crespa e diversas outras atrações.
Na área externa da Arena Fernando Torres, a Feira Crespa abrirá a programação que segue ao longo do dia. No espaço Praça da Mãe, o evento terá início às 22h, com o Encontro de Jongo de Madureira, Serrinha e Vale do Café. A partir das 23h30m, será a vez do Bloco Afro Lemi Ayó. À meia-noite, o famoso Baile Charme do Viaduto de Madureira encerra a programação especial pelo aniversário do bairro.

Os encantos de Madureira
Em 2007, ao lançar o samba “Meu Lugar”, o cantor Arlindo Cruz, na letra, já deu mostras do amor que os cariocas têm por Madureira. “O meu lugar tem samba até de manhã, uma ginga em cada andar, o meu lugar é cercado de luta e suor, esperança num mundo melhor e cerveja pra comemorar.”
O gari Renato Sorriso, famoso por sambar e evoluir com sua vassoura enquanto varre a Marquês de Sapucaí durante os carnavais, é um desses apaixonados por Madureira. Hoje com 57 anos, ele diz que morou no bairro até os 35, quando se mudou para Tomás Coelho. “Eu costumo brincar que não sou carioca, não. Sou é um cidadão Madureirense. Amo aquele lugar. Tem um calor humano que eu vou te falar, não tem igual. Vou sempre lá, revejo familiares, amigos e até arrisco uns passinhos quando dou pinta no baile charme (risos). Ok, não sou charmeiro, não. Sou é do samba, né, mas faço minhas graças”, diz com a simpatia de sempre.

Nascida e criada em Madureira, a rainha de bateria da Portela, Bianca Monteiro, de 33 anos, diz que na opinião dela, o bairro deveria ser conhecido por todo carioca: “Quando alguém fala que nunca veio aqui, eu custo a acreditar. Como assim, como pode??? Madureira é o berço do samba, do chame, do comércio. E não é só night e curtição. Pra quem quer programação familiar, curtir um piquenique, por exemplo, o Parque Madureira é uma ótima opção, também. Eu amo esse lugar.”
O advogado Luiz Paulo Reis, de 41 anos, é outro fã eterno do bairro. Morou em Madureira até dois anos atrás, quando casou e mudou para Jacarepaguá. Ele lembra com carinho de tudo o que viveu por lá: “É um bairro incrível. Amo aquele lugar. Tem um comércio maravilhoso, transporte pra tudo que é canto, seja trem, BRT, ônibus, tem a quadra da Portela e do Império Serrano, tem aquelas rodas de samba tradicionais. Tem o baile charme. Nossa, é uma efervescência cultural linda de se ver.”