Com aumento de casos, Rio vai ampliar postos de testagemMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio anunciou, nesta sexta-feira (3), que vai reforçar a testagem para a covid-19, a partir da próxima semana, em três unidades de saúde da cidade. Por conta do aumento na procura pelo exame e na taxa de positividade da doença, o atendimento nos Centros Municipais de Saúde Píndaro de Carvalho Rodrigues e Heitor Beltrão, na Gávea, Zona Sul, na Tijuca, e na Clínica da Família Zilda Arns, no Complexo do Alemão, ambos na Zona Norte, serão reforçados. 
A recomendação da SMS é que os cariocas com sintomas de síndrome gripal façam o teste para covid-19, que está disponível em todas as unidades de Atenção Primária. Somente nesta semana, foram realizados 27.140 exames, sendo 26.322 de antígeno, 703 RT-PCR, além de 60 sorológicos e 55 de anticorpos. Diferente de abril, quando a taxa de positividade dos exames oscilou entre 5% e 6%, maio começou com 8%, passou para 10%, chegou a 13% e terminou a semana passada com 17%. Nesta semana, a positividade chegou a 21%.
O aumento de casos é justificado pelo atraso na aplicação da primeira dose reforço. Segundo a pasta, até o momento, 1,9 milhão de pessoas que já estão aptas ainda não tomaram a terceira dose. Somente em 2022, a capital fluminense registrou mais casos do novo coronavírus do que nos últimos dois anos. Desde janeiro, quando a variante Ômicron provocou uma alta de infectados, já são 468.642 confirmados, enquanto em 2020 e 2021, foram, respectivamente, 221.492 e 307.219.  
Entretanto, o número de casos graves é menor neste ano, quando ocorreram 4.469. Em 2020 foram 42.620 e, em 2021, 43.341. O número de óbitos também foi maior nos últimos dois anos, com 18.962 em 2020, 16.221 em 2021, enquanto em 2022 foram 1.749. A taxa de letalidade deste ano é menor do que o dos demais, em 0,4%, enquanto no ano passado ficou em 5,6% e o anterior em 8,7%. A melhora no cenário de casos graves e mortes pela doença é atribuída ao avanço da vacinação contra a covid-19.

De acordo com o Painel Rio COVID-19, da prefeitura, 87,9% da população total cariocas recebeu duas doses de imunizante, 66% dos maiores de 18 anos receberam a primeira dose de reforço e 14% dos adolescentes também receberam a terceira dose. Já a segunda dose de reforço contemplou 46,1% das pessoas com 60 anos ou mais. 

Postos têm alta procura por vacinas e testes

As unidades de Atenção Primária do Rio registraram alta procura dos cariocas nesta terça-feira. Na Policlínica Hélio Pellegrino, na Praça da Bandeira, Zona Norte, grandes filas se formaram na busca por testes e vacinas contra a covid-19 e a gripe. Hoje, a cidade passou a aplicar a segunda dose de reforço em adultos com 50 anos ou mais. O grupo, que tem a maior adesão da terceira dose, com 76% contemplado, também se mostrou presente no início da nova fase da campanha.


Para o músico Glauco Carvalho, de 57 anos, que esteve na policlínica na manhã desta sexta para receber o segundo reforço, a vacinação para todas as faixas etárias é a única maneira de minimizar os impactos da covid-19. Ele teme que a redução das medidas de proteção tenha feito a população acreditar que o vírus não circula mais.

"Entendo que o governo deveria estar liberando a dose para todas as idades. Estamos em uma falsa ideia de liberdade quanto às questões ligadas a um vírus que não sairá de circulação no planeta. A vacina deveria alcançar a todos em todas as idades. O governo tem obrigação de nos vacinar constantemente, pois é a única forma de minimizar os efeitos do vírus. (...) O Brasil sempre foi exemplo de campanhas de vacinação. Importaram uma ideia absurda que a vacina mata. Nunca existiu essa mentalidade no país", afirmou o músico.

Há também quem aproveitou a ida à unidade para atualizar a caderneta de vacinação. O professor de Educação Física Hugo Leite, 50, além de receber a quarta dose contra o novo coronavírus, se imunizou contra a gripe. "A da Influenza eu estava atrasado. Já poderia ter tomado no início de maio, mas às vezes a garganta falha um pouco e fico receoso de tomar. Já a da covid, tomei todas assim que meu grupo teve acesso. Realmente bate a sensação de proteção e também fico mais à vontade de conviver com os idosos da família", disse o professor.

O administrador Roberto Ferreira, de 55 anos, que também recebeu a segunda dose de reforço e a vacina contra a gripe, destacou a importância de tomar todas os imunizantes necessárias para se proteger de doenças. "É como a vacina da gripe, que nós tomamos todo ano ou como quando a gente é criança, que toma a Tríplice, a BCG, para ficarmos imunes às doenças. Então, essa é mais uma. É para o meu bem? Então eu vou tomar vacina. Graças a Deus, eu não peguei covid e eu tenho uma mãe de 82 anos que também não pegou e está toda imunizada. Então, eu falo para todo mundo: vacinem-se, é a melhor coisa que tem."

Neste sábado (4), será realizado o Dia D de vacinação contra a gripe na cidade do Rio. O imunizante será disponibilizado para toda a população carioca, a partir dos seis meses de idade. Antes, a vacina era aplicada somente nos grupos prioritários. A decisão vem na esteira da baixa adesão, já que menos de 50% do público-alvo se vacinou.

A imunização ficará disponível até o fim do estoque, que tem cerca de 1 milhão de doses. Além disso, o Dia D também vai aplicar vacinas contra a covid-19, para todos os grupos aptos a receber qualquer uma das quatro doses, e contra o sarampo para crianças de seis meses a quatro anos. As unidades que vão aplicar as doses podem ser consultadas no site da Secretaria Municipal de Saúde.