Aviso foi colocado na porta fechada do restaurante universitário da UFRRJReprodução / Redes sociais

Rio - O restaurante do Campus Seropédica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) fechou, nesta sexta-feira (3), por conta de uma remessa de alimentos estragados que chegou para os estudantes. Além disso, as aulas foram suspensas pela instituição. Durante reunião com a presença de alunos e da reitoria, ficou acordado que o modelo de distribuição da alimentação sofrerá mudanças a partir da próxima segunda-feira (6).
Em nota, a reitoria da UFRRJ informou que enviou notificações para a empresa responsável pelo fornecimento, Guelli Comércio e Indústria de Alimentação Ltda, que havia se comprometido a melhorar a qualidade dos alimentos. Entretanto, afirmam que "o ocorrido hoje (3) foi tão inesperado para a gestão quanto para os discentes". "A gestão da UFRRJ está agindo legalmente para apurar e responsabilizar a empresa, com a emissão de laudo técnico e demais ações necessárias", completou.
Na porta do restaurante universitário, ficou o aviso: "fechado devido azedamento das quentinhas". O relato dos estudantes é de que o ambiente até já estava com um "cheiro azedo". À tarde, houve uma reunião com a presença do reitor, professor Roberto Rodrigues, a pró-reitora de Assuntos Estudantis, professora Juliana Arruda, membros da Administração Central da Rural e um grupo de estudantes, entre eles representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e alunos do alojamento.
Com isso, a decisão foi de que distribuição de comida voltará a ser no modelo "hot box", que tinha a qualidade elogiada pelos discentes, mas era fornecido apenas para bolsistas de permanência e alojados. Como o restaurante universitário está em obras desde 2017, foi decidido que as quentinhas seriam utilizadas com o objetivo de atender a todos os alunos. Desde então, começaram as reclamações de que a qualidade piorou consideravelmente, incluindo alimentos possivelmente estragados e a presença de insetos.
"A empresa tinha prometido que a qualidade permaneceria a mesma, a única diferença seria que a comida estaria em uma embalagem de quentinha para a gente conseguir entrar e sair do bandejão, sem lotar o espaço. A qualidade piorou muito, é um descaso da empresa. A gente vê os caminhões que chegam e que saem... É muito difícil. Tenho certeza que o maior problema é o descaso até mesmo com o cardápio, a comida sem tempero... Tiveram alguns relatos de formiga e comida azeda, o que acontece porque o transporte é muito inapropriado", contou a estudante de economia Letícia Inácio, 21 anos.
Durante a manifestação contra a qualidade dos alimentos, o vice-reitor César Augusto Da Ros foi coagido a comer uma das quentinhas. A UFFRJ comentou, em nota, sobre a situação.
"Antes da aula inaugural do novo período de aulas, este grupo de estudantes manifestou-se de forma contundente e, forçosamente, pediu ao vice-reitor César da Ros que comesse uma das quentinhas. A UFFRJ entende que a liberdade de expressão é um direito de todos e que o diálogo é importante característica de uma instituição pública de educação. E espera que os próximos encontros com estudantes, mesmo que ocorram a título de protesto e insatisfação, sejam mais igualitários e respeitosos."
Procurada na quinta (2) e na sexta-feira (3), a Guelli ainda não responde sobre a situação. O DIA esclarece que o espaço segue aberto para qualquer manifestação.
 * Estagiário sob a supervisão de Thiago Antunes