Nova Iguaçu - 14/07/2022 - Amigos e familiares durante o enterro de Cláudia Gonçalves de Moura, morta pelo marido e enterrada no quintal de casa. Local- Cemiterio Municipal de Nova Iguaçu. Foto: Cleber Mendes/Agência O DiaCleber Mendes/Agência O Dia

Rio- Silêncio. Assim foi marcada a despedida de Cláudia Gonçalves de Moura, morta e esquartejada pelo marido, nesta quinta-feira (14), no Cemitério Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O acusado, José Carlos Martins Esperidião, enterrou o corpo da vítima no quintal da casa onde eles moravam no bairro Lagoinha, na Comunidade Campo Belo. Ele foi preso e confessou o crime.

Entre 80 a 100 pessoas estiveram no local. No momento do sepultamento, os familiares e amigos rezaram uma oração da Ave Maria e carregaram o caixão em silêncio. A família, muito abalada, não quis dar entrevistas.

Apesar disso, nesta quarta-feira (13),um dia após a prisão de José Carlos, o filho da vítima,Wesley de Moura Apolinário, contou que já imaginava que algo ruim poderia ter acontecido com sua mãe após não conseguir falar com ela no celular, mas que não imaginava que teria sido algo tão cruel.

"Eu já esperava encontrá-la, pelo menos, machucada, ou que estivesse amarrada em algum lugar, mas conforme foram passando os dias e os fatos se estreitando mais para o lado dele, a gente já desconfiava que ele tinha matado a minha mãe. Mas da forma que ele matou, foi cruel. Saber que ele esquartejou minha mãe, foi bem cruel", desabafou.


Wesley, muito surpreso com o crime, comentou que o caso parecia cena de filme. “Tem coisa que a gente só vê em filme, televisão, bem distante, quando acontece contigo ali de perto, é difícil. A pessoa que te colocou no mundo, que cuidou de você, ver ela saindo daquele jeito, esquartejada, não tenho nem palavras", lamentou.

O filho da vítima espera ainda que José Carlos permaneça muito tempo na prisão, pois apesar disso não trazer sua mãe de volta, pelo menos, conforta a dor da família.

O crime aconteceu no dia 3 de julho, mas José Carlos foi preso apenas nesta terça-feira (12). De acordo com a polícia, ele disse em depoimento que se revoltou ao descobrir um relacionamento extraconjugal da mulher, o que levou a uma discussão do casal. Ele disse ainda que Cláudia o teria ameaçado com uma faca primeiramente. Os dois entraram em luta corporal e ele, ao perceber que ela já estava morta, "resolveu cortá-la em pedaços pois o corpo não caberia no pequeno espaço que tinha para enterrar no quintal".

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o caso.