A criança passou quatro dias internada em UTI neonatal após o partoArquivo Pessoal

Rio - A família da bebê Antonella Silva, que morreu após quatro dias de nascida, no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, em Bangu, prepara uma manifestação para pedir justiça pela menina. Os parentes acusam a equipe médica do hospital de erro médico na condução do parto e na internação da menina. O ato está marcado para a próxima segunda-feira (1), às 10h, na porta do hospital, que fica na Zona Oeste.
"Conseguiram destruir uma família no que era para ser um momento feliz. Ela vinha levando a gravidez numa boa. Fez pré-natal e todos os exames indicavam que bebê estava bem. A família estava ansiosa pela chegada da Antonella. Enxoval já estava comprado e tudo, conforme manda a regra", contou o tio da menina, Marcelo Pereira da Silva.
Segundo o tio da menina, a adolescente não recebeu suporte algum do hospital após o ocorrido. "Eles não procuraram ela para oferecer nada. Nem um psicólogo, para ajudar ela nesse processo eles deram. É um descaso absurdo. Agora ela está abalada. Não quer fazer nada. Nem ir no sepultamento da própria filha. A mãe dela e a avó também estão mal com tudo que aconteceu", contou.
Familiares denunciam que a complicação do quadro da menor, que nasceu na última sexta-feira (26), pode ter sido causada pela insistência da equipe médica no parto natural. "Ela ficou 15 horas em trabalho de parto e quando foi na hora de nascer, eles ficaram quase uma hora tentando forçar o processo por vácuo. Tentaram dez vezes puxar a criança e não conseguiram. Não conseguiram de jeito nenhum, mas nesse processo machucaram a cabeça da bebê. Tanto foi que, quando decidiram fazer a cesárea, ela já saiu direto para a UTI", lembrou Marcelo.
A recém-nascida permaneceu na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal até a última terça-feira, quando teve uma parada cardíaca e morreu.
Para a família, além dos problemas causados pelo ferimento na cabeça, a menor também foi negligenciada pelo hospital durante os quatro dias em que permaneceu internada. "Ficamos sabendo que chegou a faltar luz duas vezes no hospital, o que pode ter provocado o desligamento dos equipamentos e ela dependia disso para viver", revelou. 
De acordo com a declaração de óbito da recém-nascida, que foi enviada à família nesta quinta-feira (28), a morte foi causada por insuficiência respiratória, septicemia e cardio nefropatias. Antes desse documento, Marcelo conta que os parentes não sabiam com exatidão a causa da morte. "O médico parecia tentar esconder o que estava acontecendo", disse. 
"A declaração de óbito só aumenta a nossa indignação e suspeita de negligência médica no nascimento da menina", concluiu. O enterro da menina deve acontecer nesta sexta-feira, mas o local e horário ainda não foram confirmados. 
Hospital lamenta
Em nota enviada nesta quarta-feira (27), a direção do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro lamentou lamentou o falecimento da bebê e informou que abriu processo de apuração do atendimento prestado à paciente. A diretoria também foi acionada sobre a questão da falta de luz, mas, até o momento, não enviou nenhum posicionamento. 
O caso foi registrado pela família de Antonella na 34ª DP (Bangu), que investiga o possível erro médico.