Victor morava em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. Testemunhas alegam que ele reagiu a uma tentativa de assaltoArquivo Pessoal

Rio - Simone de Araujo Rolim, juíza titular do Tribunal de Justiça do Rio, acolheu pedido do Ministério Público e determinou a prisão temporária de Jefferson Pereira Baptista, segurança do Saara, por envolvimento no assassinato do advogado Victor Stephen Coelho Pereira, de 27 anos, morto a facadas no Centro do Rio no último dia 23 de julho.
Wilson José Câmara de Oliveira, autor confesso do crime, afirmou em depoimento que, pouco antes do fato, o vigilante lhe encomendou um roubo de celular "da mídia" (smartphone) por R$ 400. Jefferson ainda teria apontado a vítima e o local para Wilson cometer o delito. O segurança foi preso nesta quarta-feira na Rua da Alfândega e levado para a Delegacia de Homicídios da Capital. Ele será encaminhado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. 
À Polícia Civil, Wilson disse que o vigilante já o conhecia da região e o abordou desejando um smartphone, ressaltando ainda que pagaria R$ 400 pelo roubo, e indicando a vítima e o "melhor local" para cometer o crime. O preso disse aos agentes ter ficado surpreso e perguntado se Jefferson falava sério, pois, segundo ele, estava ali "de verdade".
Segundo Wilson, os dois se comunicaram por telefone para escolher a vítima e, após a ação, se encontraram em uma hospedaria onde o suspeito estava para a entrega do celular. O assassino salientou ainda que o segurança pediu que ele tivesse cuidado para não chegar à hospedaria "cheio de sangue para não levantar suspeitas."
Seguindo o conselho, Wilson tirou o casaco e o boné que vestia e mudou de roupa ainda na rua, já que, de acordo com ele, tem o habito de andar com uma muda de roupa sobressalente dentro de sua calça, para se trocar após cometer seus roubos e passar despercebido.
Ao chegar na hospedaria, Wilson afirmou que passou a ligar para Jefferson para obter informações sobre o crime que acabara de cometer e que Jefferson teria dito para ele não trazer o telefone naquela hora, pois "estava babado, porque o cara morreu!". Alguns minutos mais tarde, segundo o autor, ele teria tornado a ligar para Jefferson, que disse, basicamente, a mesma coisa que já havia dito e aconselhou Wilson a sumir.
Com base no depoimento, a Justiça aceitou o pedido do MP e também determinou a quebra do sigilo telefônico de Victor, Wilson e Jefferson entre os dias 21/07/2022 e 24/07/2022. Em sua decisão, a juíza ainda ressalta que Jefferson foi ouvido por duas vezes na sede policial e apresentado versões conflitantes dos elementos até agora obtidos pelo inquérito policial.