UFRJ anunciou que será forçada a interromper as atividades até que se tenha condições mínimas para serem realizadasDivulgação
Em junho, a UFRJ já havia anunciado não ter verba para funcionar devido ao corte de R$ 1,6 bilhão na verba das universidades e dos institutos promovida pelo Governo Federal. Na época, a instituição relatou que o bloqueio do orçamento discricionário, verba que a instituição tem para bancar seu custeio (água, luz, limpeza e segurança) e investimento (infraestrutura física), impõe restrições à manutenção e continuidade das atividades acadêmicas nos próximos meses.
"É um orçamento muito longe do que a UFRJ precisa. Lembrando que, na discussão do orçamento do ano passado, a UFRJ reivindicava, pelo menos, o orçamento de 2019 corrigido pela inação: o orçamento era de cerca de R$ 374 milhões. A estimativa é de que o orçamento discricionário mínimo para a UFRJ esteja entre R$ 390 e 400 milhões para o funcionamento adequado da UFRJ e estamos, provavelmente, cando com um orçamento com quase R$ 100 milhões abaixo disso. Isso, evidentemente, trará consequências para o funcionamento da Universidade", disse na época opró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp.
Eduardo teria explicado que a estimativa seria de que todos os pagamentos estivessem assegurados apenas até meados do mês de agosto. Por obrigação contratual, as empresas devem dar garantias de manutenção dos serviços até 60 dias após o último mês pago.
"Até outubro contávamos em honrar os compromissos e iríamos administrar em novembro e dezembro os casos emergenciais. Agora, o bloqueio e o cancelamento está antecipando esse cenário para agosto. Então, setembro, outubro, novembro e dezembro estariam descobertos. Nós estimamos o impacto de empresas parando entre setembro e outubro. E, sinceramente, sem as reversões do bloqueio e com este corte, parece inevitável", explicou o pró-reitor.
Desde 2015, as universidades federais estão sofrendo cortes sucessivos no orçamento discricionário. No ano passado, a UFRJ contou com um orçamento de R$ 299 milhões, o menor orçamento da década, tendo registrado uma queda de R$ 75 milhões em relação ao ano de 2020, que também já havia sido alvo de cortes.
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