Quadros de idosa foram apreendidos em apartamento de suspeita em Ipanema, Zona Sul do RioDivulgação

Rio - Dos quatro envolvidos em roubo de obras de arte e joias de viúva, presos nesta quarta-feira (10), três pertencem a mesma família. Praticado a mando da própria filha da vítima, uma idosa de 84 anos, o crime teria dado um prejuízo estimado em cerca de R$ 725 milhões. A mulher é viúva de um dos maiores colecionadores de arte do país.

As prisões fizeram parte da "Operação Sol Poente" da Polícia Civil que investigava o crime contra a idosa. Na ação, foram expedidos 14 mandados de prisão e quatro foram cumpridos. Desse grupo, três pessoas integram a mesma família e carregam o mesmo sobrenome: Stanesco.

Saiba quem são os presos na ação e quem ainda é procurado pela polícia por envolvimento.


Presos

- A filha, que não teve sua identidade revelada, foi a mentora do plano para roubar as obras de arte e extorquir a própria mãe. 

- Rosa Stanesco Nicolau é a companheira da filha da viúva e teria sido apresentada à vítima como "Mãe Valéria de Oxóssi". Ela, que também é meia-irmã de Diana Stanesco, foi indicada por um dos envolvidos do esquema para realizar trabalhos e reverter quadro falso de saúde da própria filha. 

- Gabriel Nocolau Traslaviña Hafliger, filho de Rosa, foi uma das pessoas que ameaçou a idosa durante o golpe e recebeu cerca de R$ 4 milhões transferidos pela vítima. Segundo os investigadores, o valor foi depositado na conta dele. 

- Jacqueline Stanescos, prima de Rosa e Diana, foi a segunda vidente contratada pela filha da vítima para convencer a viúva de que a filha corria mesmo risco de morte. Ela seria a "segunda opnião" sugerida à vítima para afastar suspeitas. 

Procurados

- Diana Rosa Aparecida Stanesco Vulet foi a primeira pessoa a abordar a viúva no golpe. Ela se apresentou como vidente e disse que a filha da vítima teria um "mal incurável". Foi ela quem iniciou o golpe orquestrado para extorquir a idosa. 

- Slavko Vuletic, identificado como pai de Diana e padrasto da Rosa, teria recebido em sua conta a quantia de R$ 37 mil da vítima. O pagamento foi feito em uma dessas chantagens psicológicas praticadas contra a viúva. Ele teria morrido meses após receber o valor.
 Acervo da vítima
O acervo de obras de arte alvo do grupo criminoso tinha quadros relevantes de pintores como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. Um desses quadros, que foi recuperado pela Polícia Civil, intitulado de "Sol Poente" está avaliado em cerca de R$ 250 milhões. A coleção data de 1960 e era propriedade de um colecionador romeno que mora no Brasil desde 1948.
Algumas das obras tomadas da vítima, sob a desculpa de que precisariam passar por trabalho espiritual, chegaram a ser vendida para colecionadores em São Paulo e até para uma galeria na Argentina. De acordo com a Polícia Civil, dos R$ 724 milhões extorquidos da vítima, foram recuperado R$ 303 milhões.