Livraria Elizart no centro do Rio completa 50 anos, nesta feira (12), na foto Ana e seu sócio.Marcos Porto/Agencia O Dia
Foi das visitas às feiras de livros que surgiu a idealização da Elizart, já que o fundador Manoel Mattos e seus filhos sempre participavam de eventos literários. Manoel estabeleceu a loja na Avenida Marechal Floriano, antiga Rua Larga, em 1972.
O sebo ganhou grande reconhecimento desde sua inauguração, garantindo um espaço no documentário de Paulinho da Viola ('Meu Tempo é Hoje') que, por sua vez, era um cliente frequente. Ney Lopes, Ruy Castro e Heloísa Seixas são alguns dos outros frequentadores ilustres da Elizart.
Hoje, quem cuida do estabelecimento é Ana Cristina de Melo Pinho, 51 anos, e Arthur Reis de Pinho Júnior, 43 anos, ambos netos de Mattos. "Nós somos a terceira geração à frente da livraria e, apesar de toda adversidade, tropeços e perdas, nós também tivemos muitas vitórias e isso nos fortalece para continuar com o legado da Elizart", disse Ana Cristina.
O número de sebos no Rio de Janeiro vem diminuindo constantemente, cenário que piorou com a chegada da pandemia da covid-19. Ana Cristina relatou que já vinha sofrendo com problemas financeiros, principalmente devido à construção do VLT. O transporte passa em frente à loja e, consequentemente, transformou a rua e o comércio ao redor. "Mas aí veio a pandemia e ficamos fechados por quatro meses! O que nos ajudou foi a vaquinha que fizemos e as vendas na Estante Virtual quanto nas redes sociais", acrescentou ela.
Com o avanço da tecnologia e a popularização do e-commerce, muitas pessoas optaram pelas compras online, fazendo com que não somente os sebos, mas o comércio em geral, tivessem que se reinventar. Segundo Ana Cristina, a livraria conseguiu se adaptar ao novo formato de venda, mesmo com o susto inicial. Atualmente, 35% das vendas da loja são feitas virtualmente.
Quando questionada sobre as cinco décadas e o futuro da livraria, Pinho comemorou a marca histórica e garante que, por isso, pretende continuar tentando fazer a diferença com livros. "Acho que o segredo é fazer o que gosta", declarou.
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