Enterro aconteceu no dia em que ocorreria a formatura do jovemPedro Ivo / Agência O Dia
"A liberação do hospital é o nosso grande questionamento. Ele já havia dado entrado no hospital já em óbito às 18h e demorou mais de 24h para ser liberado. Queremos entender o porquê disso tudo. Ele podia ter sido salvo. Eu queria deixar claro que o Hospital Getúlio Vargas era o mais próximo, todo mundo sabe disso. Não adianta falar que meu irmão era bandido porque não é verdade. Hoje seria a formatura dele na escola, cancelada para que os alunos e colegas pudessem comparecer hoje, viver esse luto. O estado foi genocida e matou um estudante", disse Beatriz.
Já a mãe do jovem, Regina Célia Gomes, que foi na viatura com o filho, alega que os policiais não queriam que ela acompanhasse seu filho no caminho, e que só foi possível acompanhá-lo após moradores a empurrarem dentro da viatura da polícia.
“Na hora eles falaram que não iriam mais, chegaram a dar um tiro pro alto e quando viram que eu não iria sair, eles levaram a gente para o hospital. O meu filho foi o caminho comigo, sentindo muita dor e dizia que não estava aguentando mais a dor. Uma hora ele chegou a falar 'mãe, cadê esse hospital que nunca chega' e eles deram muitas voltas para atrasar o socorro. Eles fizeram de covardia. Se eles tivessem levado ele pro Getúlio Vargas, ele estava vivo hoje.”, disse Regina.
O jovem foi morto durante uma ação da Polícia Militar na comunidade Beira Rio, na Pavuna, Zona Norte do Rio, na tarde desta segunda-feira (12). A PM alega que houve confronto na região e considera a vítima como um suspeito, pois afirma ter aprendido com ele uma pistola calibre 40, dez munições e drogas.
A PM informou que abriu um procedimento interno para investigar as circunstâncias da morte. Já os agentes envolvidos na ocorrência disseram que as equipes realizavam policiamento pela localidade quando foram atacadas a tiros por um grupo de criminosos. O jovem foi encontrado ferido próximo ao local do confronto e socorrido e levado ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes.
Os policiais afirmam ainda que na região, próximo ao jovem, foram apreendidas uma pistola calibre 40, 10 munições do mesmo calibre, 230 pedras de crack, 11 tabletes e 112 trouxinhas de maconha, 48 papelotes de cocaína e R$ 68,00 em espécie. No entanto, a corporação não confirmou se Vanderson portava a pistola no momento em que foi baleado.
Em nota, a PM acrescentou que o comando do 41° BPM (Irajá) colabora integralmente com as investigações da Polícia Civil. O caso está sendo investigado pela 27ª DP (Vicente de Carvalho). Segundo informações preliminares, o delegado teria solicitado a apreensão da arma utilizada por um dos PMs envolvidos na ação. No entanto, procurada, a Polícia Civil não confirmou. Investigações, ainda, apontam que ele possuía um antecedente criminal.
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