Homem é filmado agredindo e sufocando enteado de quatro anos em NiteróiReprodução/Redes sociais

Rio - Imagens impressionantes mostram um homem, identificado como Victor Arthur Possobom, dando socos e sufocando o enteado, de apenas 4 anos, em um condomínio no bairro de Icaraí, em Niterói. O crime aconteceu em fevereiro deste ano, mas os vídeos só foram divulgados nesta quinta-feira (15). A Polícia Civil informou que as imagens estão sendo analisadas pela 77ª DP (Icaraí) e que o caso está em fase de investigação. No entanto, a mãe da criança, Jéssica Brandão, de 30 anos, que denunciou as agressões na DP no mesmo mês do ocorrido, afirma que nada havia sido feito até a divulgação das imagens. 
Veja os vídeos abaixo.
Em um dos vídeos, o agressor, identificado como Victor Possobom, de 32 anos, aparece dentro do elevador do prédio onde morava com o enteado, na Avenida Sete de Setembro. O menino se posiciona em um dos cantos do elevador e, em seguida, é sufocado por Victor. O padrasto parece não se preocupar com as câmeras de segurança.
Em outro vídeo, captado do hall do condomínio, o homem aparece sentado ao lado da criança e começa a brigar com ele. Victor olha ao redor para ver se alguém estava olhando e dá dois socos no rosto da criança, seguido de mais um sufocamento. Quando o homem percebe a chegada de uma senhora no local, ele para as agressões e disfarça. Após a série de maus tratos, o menino chora muito. 
Vídeos:
Histórico de violência sexual, física e psicológica
Ao DIA, a mãe da criança, que aparece sendo agredida nas imagens, contou os momentos de terror que viveu ao lado de Victor Arthur e relatou ter sofrido violência sexual, física e psicológica do ex-companheiro. Jéssica engravidou do primeiro filho do casal em 2020 e logo foi morar com ele e o primogênito em Icaraí. Segundo ela, era uma rotina de agressões somente com ela. No entanto, em fevereiro, o síndico do prédio contou sobre as imagens das agressões contra o seu filho e ela pediu a separação. Impedida de sair de casa, Jéssica conseguiu tirar o filho do convívio de Victor e ele passou a morar com o avô.
A mãe do menino também denunciou o ex-companheiro no mesmo mês, mas foi mantida em cárcere privado, sem poder sair de casa. Com medo da história repercutir, Victor levou Jéssica e o filho recém-nascido para Maricá, município próximo de Niterói. Nesta nova casa, a mulher conta que as agressões ficaram frequentes e que sofreu um aborto em julho por conta dos socos e tapas.
"A mãe dele é enfermeira e me levou para um hospital em São Gonçalo para retirar o feto. Logo depois disso eu voltei pra casa dele, ainda sangrando muito e sem nenhum suporte ou acompanhamento médico", conta Jéssica.
Devido ao fato de a casa ser afastada, a mulher não conseguia pedir ajuda para nenhum vizinho. "Ele contou para as pessoas do condomínio que eu tinha problema psiquiátrico e que não era para deixarem eu sair", diz. No dia 27 de agosto, Jéssica conseguiu fugir e denunciou novamente Victor pelas agressões. Ela, inclusive, conseguiu uma medida protetiva contra ele, mas não conseguiu levar a filha de 1 ano com ela.
"Infelizmente eu não consegui tirar a minha filha das mãos dele. Ela só tem um ano e eu estou sem vê-la desde que saí de lá. Ele fala que é um homem influente e com boas condições financeiras, que nada vai acontecer com ele. Fala que por eu ser pobre nunca vou conseguir a guarda dela. Eu desejo muito que ele seja preso, ele precisa pagar pelo que fez com meu filho e comigo", pede Jéssica. Ela também afirma sentir medo de Victor.
Segundo a defesa de Jéssica, o agressor é neto de um juiz aposentado de Niterói e este teria sido o motivo do processo ainda não ter sido concluído. A advogada de Jéssica diz ainda que a delegacia informou que não teve acesso às imagens na época da denúncia. A mãe da criança foi chamada pela distrital e vai depor nos próximos dias.
Homem já agrediu a própria mãe
Victor também responde a um processo por lesão corporal decorrente de violência doméstica contra a mãe. O caso aconteceu em 2013 e foi registrado na 81ª DP (Itaipu). Contra ele constam ainda outros processos na Delegacia de Atendimento à Mulher de Niterói, todos referentes à agressões.
A reportagem tenta contato com Victor Arthur Possobom. Questionada sobre a data da denúncia e a demora na apuração do caso, a Polícia Civil ainda não respondeu.