Em um dos vídeos, agressor aparece dentro do elevador do prédio em que morava com o enteado, na Avenida Sete de SetembroCleber Mendes / Agência O Dia

Rio – Victor Arthur Possobom, de 32 anos, se apresentou na noite desta sexta-feira (16) na 77ª DP (Icaraí). Ele é acusado pelos crimes de agressão e tortura contra o enteado de 4 anos no prédio onde eles moravam em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Câmeras de segurança gravaram as agressões contra o menino, que aconteceram em fevereiro, mas as imagens vieram à tona essa semana. Segundo a defesa de Victor, ele foi encaminhado posteriormente para a 76ª DP (Niterói).
De acordo com a Polícia Militar,  a Corregedoria Geral da Polícia Militar foi acionada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) para verificar o paradeiro do criminoso com mandado de prisão em aberto por agressões cometidas contra uma criança no município de Niterói.
Agentes da 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) foram ao primeiro endereço indicado e não localizaram o homem. Após diligências em outros locais apontados, ele foi encontrado em Icaraí e preso pelas equipes da Polícia Militar.
Nesta mesma sexta-feira, a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) aceitou a denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva de Victor. A defesa do padrasto afirmou que está tentando reverter a decisão.
Agressão
Em um dos vídeos, o agressor, aparece dentro do elevador do prédio onde morava com o enteado, na Avenida Sete de Setembro. O menino se posiciona em um dos cantos do elevador e, em seguida, é sufocado por Victor. O padrasto parece não se preocupar com as câmeras de segurança.
Em outro vídeo, captado do hall do condomínio, o homem aparece sentado ao lado da criança e começa a brigar com ele. Victor olha ao redor para ver se alguém estava olhando e dá dois socos no rosto da criança, seguido de mais um sufocamento. Quando o homem percebe a chegada de uma senhora no local, ele para as agressões e disfarça. Após a série de maus tratos, o menino chora muito. 

Homem agride e sufoca enteado de 4 anos em condomínio de Niterói. Caso aconteceu em fevereiro deste ano.

Crédito: Divulgação#ODia pic.twitter.com/HXJeHHm7hH

— Jornal O Dia (@jornalodia) September 15, 2022 ">
Histórico de violência sexual, física e psicológica
Em entrevista para equipe O Dia , a mãe da criança, que aparece sendo agredida nas imagens, contou os momentos de terror que viveu ao lado de Victor Arthur e relatou ter sofrido violência sexual, física e psicológica do ex-companheiro. Jéssica engravidou do primeiro filho do casal em 2020 e logo foi morar com ele e o primogênito em Icaraí. Segundo ela, era uma rotina de agressões somente com ela. Entretanto, em fevereiro, o síndico do prédio contou sobre as imagens das agressões contra o seu filho e ela pediu a separação. Impedida de sair de casa, Jéssica conseguiu tirar o filho do convívio de Victor e ele passou a morar com o avô.
A mãe do menino também denunciou o ex-companheiro no mesmo mês, mas foi mantida em cárcere privado, sem poder sair de casa. Com medo da história repercutir, Victor levou Jéssica e o filho recém-nascido para Maricá, município próximo de Niterói. Nesta nova casa, a mulher conta que as agressões ficaram frequentes e que sofreu um aborto em julho por conta dos socos e tapas.
"A mãe dele é enfermeira e me levou para um hospital em São Gonçalo para retirar o feto. Logo depois disso eu voltei pra casa dele, ainda sangrando muito e sem nenhum suporte ou acompanhamento médico", conta Jéssica.
Devido ao fato de a casa ser afastada, a mulher não conseguia pedir ajuda para nenhum vizinho. "Ele contou para as pessoas do condomínio que eu tinha problema psiquiátrico e que não era para deixarem eu sair", diz. No dia 27 de agosto, Jéssica conseguiu fugir e denunciou novamente Victor pelas agressões. Ela, inclusive, conseguiu uma medida protetiva contra ele, mas não conseguiu levar a filha de 1 ano com ela.
Homem já agrediu a própria mãe
Victor também responde a um processo por lesão corporal decorrente de violência doméstica contra a mãe. O caso aconteceu em 2013 e foi registrado na 81ª DP (Itaipu). Contra ele constam ainda outros processos na Delegacia de Atendimento à Mulher de Niterói, todos referentes à agressões.